Brasil e México violentos; Equador sem liberdade de imprensa plena

No Equador, "não existe liberdade plena de expressão e informação", afirma a SIP em seu relatório, acrescentando que "o governo toma decisões que a deterioram".

"A Justiça continua emitindo sentenças baseadas em figuras como desacato e injúria em relação a autoridades", aponta o documento, assinalando que "o regime continua usando recursos públicos para atacar e desmentir sistematicamente o que publicam a mídia, os jornalistas e as pessoas de opiniões diferentes".

No Brasil, "o motivo de especial alarme é o aumento dos assassinatos de jornalistas", diz o texto, ao descrever três casos ocorridos este ano. Agressões a jornalistas e casos de ameaça e censura prévia, principalmente em época eleitoral, são enumerados no relatório.

Na apresentação, destacou-se, no entanto, o papel positivo da imprensa na cobertura do julgamento do Mensalão.

Em Cuba, "a repressão absoluta às liberdades individuais, de imprensa e de expressão continuaram neste período", assinalou a SIP, com sede em Miami. "Ao contrário de outros períodos, hoje, as prisões cubanas não estão cheias de jornalistas, mas aumentaram, no entanto, as ações de vigilância, controle e repressão."

Esta tarde, continuava a revisão dos capítulos de cada país, entre eles o do México, onde "a principal preocupação é a violência constante contra os jornalistas", segundo um documento preliminar.

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Argentina, Venezuela e Equador são alguns dos países das Américas mais hostis ao jornalismo, constantemente minado por "manobras" judiciais, ameaças e violência, aponta um relatório preliminar da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) divulgado neste domingo.

"São tempos perigosos para os jornalistas", afirmou o presidente da SIP, Milton Coleman, do jornal americano "The Washington Post", ao abrir a sessão da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, em São Paulo, dentro da 68ª Assembleia Geral do órgão, que teve início nesta sexta-feira.

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Treze jornalistas foram assassinados em 2012 nas Américas, e dois estão desaparecidos, acrescentou Coleman.

Em seu relatório anual, que será submetido à votação da Assembleia na próxima terça-feira, a SIP assinala que, na Argentina, "uma série de resoluções governamentais, manobras judiciais, declarações agravantes e amedrontadoras de funcionários públicos (...) configuram um cenário obscuro para o exercício do jornalismo".

O texto insiste nas dificuldades de acesso às fontes oficiais e no uso que a presidente Cristina Kirchner faz das redes nacionais de rádio e TV. Destaca, ainda, o aumento dos recursos para os veículos de comunicação oficiais, enquanto os privados "sofrem pressão e discriminação". O relatório também revisa o caso do Grupo Clarín.

Outro capítulo extenso do relatório se refere à Venezuela, onde, na opinião da SIP, "a elevada polarização política ameaça o livre exercício do jornalismo".

Falta de acesso às fontes oficiais, maus-tratos, prisões e insultos a jornalistas estão, segundo a SIP, entre os principais problemas enfrentados pela imprensa naquele país petroleiro, governado por Hugo Chávez, recém-eleito para um novo mandato de seis anos.

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O relatório enumera uma extensa lista de agressões à imprensa, relata o uso excessivo que Chávez faz das redes de comunicação, e lembra a multa de 2,16 milhões de dólares que teve que ser paga pela emissora privada Globovisión, crítica do governo, pela cobertura de uma crise carcerária em 2011.