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Os argentinos devem enfrentar neste fim de semana prolongado de Páscoa um caos parecido com o que os brasileiros vêem encarando nos aeroportos.

Na quarta-feira (4), os pilotos argentinos recusaram um plano oficial que prevê decolagens de cinco em cinco minutos em pleno feriado, dizendo que manterão o intervalo de dez minutos por falta de radar.

Os pilotos consideram que a redução do tempo entre cada vôo implica em graves riscos para a segurança.

"É uma loucura o que está acontecendo: o radar continua fora de serviço e decidiram reduzir o tempo de dez para cinco minutos", queixou-se o presidente da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA), Jorge Pérez Tamayo.

Para complicar, a Associação de Pessoal Aeronáutico (APA) - que reúne os funcionários das companhias aéreas que trabalham nos guichês de atendimentos nos aeroportos - decidiu entrar em greve. A Associação protestava contra as agressões praticadas contra os trabalhadores pelos passageiros furiosos pelos atrasos.

Os funcionários exigiam às empresas condições de "segurança trabalhista". No fim da tarde de ontem, o governo do presidente Néstor Kirchner ordenou a suspensão da greve dos funcionários dos guichês, forçando o setor a uma "conciliação obrigatória" com as companhias.

Os funcionários lamentaram a medida. "Não podemos continuar tolerando murros, insultos, violência desmedida por parte dos passageiros que atacam de forma intempestiva os trabalhadores. Eles não são os responsáveis pelos problemas das companhias aéreas ou bem pelo funcionamento do radar", reclamaram os porta-vozes sindicais.

Mas o governo argentino não conseguiu desativar o protesto dos pilotos aéreos, que recusam-se a realizar vôos a cada cinco minutos.

Insegurança

Os pilotos alegam que os radares argentinos estão em péssimo estado de funcionamento. Esse é o caso do principal radar, o do aeroporto internacional de Ezeiza, que foi atingido por um raio no início de março. Desde então, não funciona. O sistema de controle está sendo feito de forma manual.

"É uma loucura", disse o presidente da APLA, Jorge Pérez Tamayo, em relação à redução dos vôos de dez para cinco minutos. Segundo ele, essa redução aumenta o risco de acidentes aéreos. O brigadeiro José Álvarez, comandante das regiões aéreas, sustenta que para os vôos da Semana Santa, a "segurança está totalmente garantida".

A decisão de reduzir o tempo entre cada vôo foi tomada na sexta-feira passada pela ministra da Defesa, Nilda Garré, com o objetivo de "corrigir atrasos e evitar incômodos aos usuários".

No mês passado, o cenário caótico dos aeroportos argentinos levou o presidente Kirchner a acelerar os prazos da transferência do sistema de controle aéreo das mãos dos militares (que o administram desde 1966) para os civis. Kirchner criou um organismo civil - a Administração Nacional de Aviação Civil - que ainda não saiu do papel.

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