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O governo da Armênia informou que vai deixar a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma espécie de “OTAN da Rússia”.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Nikol Pashinyan na quarta-feira (12) no Parlamento do país, na capital armênia, Yerevan. Porém, o premiê não informou a data em que ocorrerá a retirada.
“Decidiremos quando partiremos, mas não voltaremos”, disse Pashinyan, segundo informações da agência estatal Armenpress. “Revelou-se que os membros da aliança não estão cumprindo as suas obrigações contratuais, mas sim planejando com o Azerbaijão uma guerra contra nós.”
Em maio, o governo da Armênia já havia informado que deixaria de financiar a OTSC. Além de Rússia e Armênia, a aliança tem Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão como integrantes.
A Armênia vinha alegando que a Rússia se afastou do compromisso de protegê-la do vizinho Azerbaijão, que tem capacidade militar maior.
Os dois países, ambos ex-repúblicas soviéticas, tinham uma divergência histórica sobre a região de Nagorno-Karabakh, localizada dentro do Azerbaijão, mas que possuía população étnica armênia.
O impasse foi resolvido de forma trágica após uma operação do Azerbaijão no enclave em setembro do ano passado. Devido à ofensiva militar, praticamente toda a população de 100 mil habitantes de Nagorno-Karabakh fugiu para a Armênia e o governo separatista de Artsakh, que controlava parte do enclave, assinou um decreto para dissolver todas as suas instituições estatais.
Forças de paz da Rússia intermediaram um acordo de cessar-fogo, mas não atuaram para repelir a invasão. Diante da inação de Moscou, os armênios aumentaram seus gastos com defesa e se aproximaram do Ocidente para parcerias na área.