Arqueólogos mexicanos fizeram a descoberta mais importante sobre a cultura asteca em várias décadas, ao acharem um altar do século 15 e uma enorme placa de pedra num templo em ruínas em pleno centro da Cidade do México.
As peças foram achadas no fim-de-semana no Templo Mayor, o principal do império asteca, perto do atual Zócalo, a praça principal da moderna Cidade do México. O local era usado para orações e sacrifícios humanos.
É a principal descoberta arqueológica dessa cultura desde 1978, quando operários de uma empresa elétrica encontraram uma peça entalhada, de oito toneladas, representando uma deusa, no mesmo local.
- Foi a maior descoberta que fizemos em 28 anos, e vai nos permitir encontrar muito mais - disse o prefeito da capital, Alejandro Encinas, na quarta-feira.
O altar tem um friso do deus da chuva, Tlaloc, e uma divindade agrícola. Os arqueólogos ainda estão desenterrando o monólito de 3,5 metros, supostamente parte da entrada para uma câmara subterrânea.
Técnicos com pás e picaretas retiram a terra sobre o monólito, enquanto arqueólogos, funcionários públicos e jornalistas esperam à beira do buraco.
- A importância do monólito é o que vamos descobrir. É provável que seja parte de uma câmara, de alguma oferenda. Não saberemos até chegarmos perto. Primeiro temos de tirar a pedra - disse Alberto Dias, da equipe de arqueólogos.
Os astecas, um povo guerreiro e religioso que deixou obras monumentais, chegaram a ter um império que se estendia do golfo do México ao Pacifico, abrangendo grande parte do atual México.
Seu reinado, muitas vezes violento, começou no século 14 e durou até a conquista espanhola liderada por Hernán Cortés, em 1521.
Os astecas começaram a construir o piramidal Templo Mayor em 1375, e suas ruínas ficam a poucos metros do caótico trânsito mexicano.
O templo era um centro de sacrifício humano. Em uma cerimônia em 1487, dezenas de milhares de vítimas tiveram seus corações arrancados, segundo historiadores.
Os conquistadores destruíram o templo quando devastaram a antiga capital asteca, a fim de aproveitar as pedras na construção da cidade espanhola. Atualmente, a região abriga não só prédios coloniais, como a catedral e o histórico Palácio Nacional, como também inúmeras lojas e lanchonetes.
- Realmente, quando começamos a escavar, percebemos que estamos em três diferentes épocas, em três diferentes cidades: você vê a cidade atual, a cidade colonial e a cidade pré-hispânica - comentou Diaz.