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Descoberta

Arqueólogos identificam fosso que pode ter protegido reis dos tempos bíblicos

Área onde foram realizadas novas escavações em Jerusalém (Foto: Divulgação/Eliyahu Yanai, Eric Marmur e Meir Ganon)

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Um grupo de pesquisadores do governo israelense e da Universidade de Tel Aviv descobriu um grande fosso em uma escavação que pode ter sido usado para proteger o Monte do Templo e o palácio do rei de Jerusalém há mais de 3 mil anos, retornando aos tempos bíblicos.

O anúncio foi feito no domingo (21) pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês), entidade governamental responsável por regular escavações e conservação de bens históricos.

Arqueólogos já haviam descoberto uma fortificação ao norte da cidade, mas não houve novas conclusões que ajudassem a traçar sua rota completa nos últimos anos.

Em 1960, a arqueóloga britânica Kathleen Kenyon escavou na cidade de Davi, em uma área localizada a leste do atual estacionamento do sítio arqueológico Givati, o maior da região. Seus estudos foram analisados após a nova descoberta.

"Ficou claro para nós que Kenyon notou que a rocha natural se inclinava para o norte, em um lugar onde deveria ter subido naturalmente. Ela pensou que era um vale natural, mas agora descobriu-se que ela havia descoberto a continuação do fosso, esculpido a oeste", explicou o professor da Universidade de Tel Aviv Yuval Gadot, um dos responsáveis pelas pesquisas.

A partir de escavações recentes no sítio arqueológico Givati, localizado próximo às muralhas da Cidade Velha, foi identificado um fosso que divide a Cidade de Davi ao meio, separando o palácio e o Monte do Templo do resto da cidade.

De acordo com a IAA, o fosso tem pelo menos nove metros de profundidade e 30 metros de largura e era “uma das fortificações monumentais que protegiam os reis de Jerusalém”.

Os líderes da escavação, professores Gadot e Yiftah Shalev, afirmaram que há indícios de que a descoberta seja de quase 3 mil anos. “Não se sabe quando o fosso foi originalmente cortado, mas evidências sugerem que ele foi usado durante os séculos em que Jerusalém era a capital do Reino de Judá, quase 3 mil anos atrás, começando com o Rei Josias”, explicaram por meio de um comunicado à imprensa.

“Durante aqueles anos, o fosso separava a parte residencial sul da cidade da Acrópole governante no norte - a cidade alta onde o palácio e o templo estavam localizados”, disseram.

Os arqueólogos explicaram ainda que a criação do fosso foi uma operação em larga escala, "projetada para mudar a topografia natural da região e demonstrar o poder dos governantes de Jerusalém para aqueles que entrassem em seus portões”.

O professor Gadot ressaltou que a descoberta corresponde com referências bíblicas sobre topografia da área.

"Em uma dessas referências no primeiro livro dos Reis (11:27), a narrativa descreve o rei Salomão edificando uma construção, que foi apelidada de “Millo. [...] Salomão construiu o "Millo" e fechou a brecha no muro da Cidade de Davi, seu pai”.

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