| Foto: David Greedy/AFP

Nosso continente enfrenta uma opção clara, como pudemos confirmar na Cúpula das Américas. Ou superamos os desafios que compartilhamos, com um sentido de união nesse objetivo comum, ou continuamos presos a velhos debates do passado. Pelo bem de nossos povos, devemos optar pelo futuro.

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Muito frequentemente, os Estados Unidos não têm buscado nem mantido relações com seus vizinhos. Temos sido facilmente distraídos por outras prioridades, sem nos dar conta de que nosso progresso está diretamente ligado ao progresso em todo o continente americano. Meu governo se comprometeu com a promessa de um novo dia. Renovaremos e manteremos relações mais amplas entre os EUA e os demais países do continente, pelo bem de nossa prosperidade e pela segurança comum.

Estamos avançando nessa nova direção. Nas últimas semanas, modificamos uma política em relação a Cuba, que, durante décadas, não conseguiu promover a liberdade nem criar oportunidades para o povo cubano. Em particular, a proibição de cubano-americanos visitarem seus familiares na ilha ou de enviarem recursos não fazia sentido – particularmente após anos de dificuldades econômicas em Cuba e dos furacões devastadores do ano passado. Agora, essa política mudou.

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A relação entre os EUA e Cuba é o exemplo de um debate no continente que remete ao século 20. Para confrontar nossa crise econômica, não necessitamos discutir se é melhor ter uma economia rígida e dirigida pelo Estado ou um capitalismo desenfreado e sem regulamentação – precisamos de ações pragmáticas e responsáveis que promovam a nossa prosperidade comum. Para combater a criminalidade e a violência, não precisamos debater se a culpa é dos paramilitares de direita ou dos insurgentes de esquerda – precisamos de cooperação que funcione para reforçar a nossa segurança comum.

Devemos escolher o futuro em vez do passado, porque sabemos que o futuro oferece enormes oportunidades se trabalharmos juntos. É por isso que líderes – de Santiago e Brasília à Cidade do México – estão concentrados em renovar a parceria das Américas para que se alcance progresso em assuntos fundamentais como a recuperação econômica, a energia e a segurança.

Não há tempo a perder. A crise econômica mundial prejudicou muito o continente, particularmente nossas populações mais vulneráveis. Anos de progresso no combate à pobreza e à desigualdade agora estão em jogo. Os EUA estão trabalhando para promover a prosperidade no continente ao impulsionar sua própria recuperação. Ao fazê-lo, ajudaremos a estimular o comércio, o investimento, as remessas e o turismo, que fornecem uma base mais ampla para a prosperidade do continente.

Também precisamos de ações coletivas. Na reunião recente do G20, os EUA prometeram buscar quase meio bilhão de dólares em ajuda imediata às populações vulneráveis, enquanto trabalhamos junto a nossos parceiros do G20 no sentido de reservar recursos significativos para assistir países em tempos difíceis. Também estamos trabalhando para implementar regras duras e claras apropriadas ao século 21 para prevenir os abusos que causaram a crise atual.

Enquanto enfrentamos essa crise, precisamos construir uma nova base para a prosperidade a longo prazo. Uma área de grande promessa é a energia. Nosso continente tem abundância de recursos naturais que pode tornar a energia renovável plena e sustentável, enquanto cria empregos para o nosso povo.

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É por isso que desejo buscar uma nova Parceria Energética e Climática das Américas, que vai nos ajudar a aprender uns com os outros, compartilhar tecnologias, alavancar investimentos e maximizar nossa vantagem comparativa.

Ao promovermos nossa prosperidade comum, precisamos avançar em nossa segurança comum. Muitos em nosso continente são forçados a viver com medo. É por isso que os EUA vão apoiar fortemente o respeito ao estado de direito, a uma melhor aplicação da lei e a instituições judiciárias mais fortes.

A segurança de nossos cidadãos deve avançar por meio de nosso compromisso em nos associar àqueles que corajosamente combatem os cartéis de drogas, as quadrilhas e outras redes criminosas através das Américas. Nossos esforços começam em casa. Ao reduzir a demanda por drogas e interromper o fluxo ilegal de armas e grandes quantias de dinheiro para o Sul, através de nossas fronteiras, podemos promover a segurança nos Estados Unidos e além. E, seguindo adiante, manteremos um diálogo duradouro com o continente para garantir que estejamos construindo sobre melhores práticas, adaptando-nos a novas ameaças e coordenando nossos esforços.

Finalmente, a Cúpula deu a todos os líderes democraticamente eleitos nas Américas a oportunidade de reafirmar nossos valores compartilhados. Cada um de nossos países tem percorrido sua própria jornada democrática, mas temos que nos unir em nosso compromisso com a liberdade, a igualdade e os direitos humanos. É por isso que anseio pelo dia em que cada país do continente possa se sentar à mesa em coerência com a Carta Democrática Interamericana. E, assim como os EUA buscam esse objetivo ao se aproximarem do povo cubano, esperamos que nossos amigos no continente americano se unam em apoio à liberdade, à igualdade e aos direitos humanos para todos os cubanos.

Temos agora a oportunidade de um novo começo. Avançar na prosperidade, na segurança e na liberdade do povo das Américas depende de parcerias do século 21, livres de posturas do passado. Essa é a liderança e a parceria que os EUA estão prontos a oferecer.

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Barack Obama é presidente dos Estados Unidos.