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As dores da migração nas telas de cinema

Samba

2014 – Direção: Olivier Nakache e Éric Toledano. Ao retratar a vida do senegalês Samba, o filme mostra como a sociedade francesa lida com a imigração. Mesmo depois de dez anos em terra estrangeira, Samba passa os dias com medo de ser apanhado, o que o deixa mais exposto à exploração. O roteiro ressalta a solidão do imigrante ilegal, a batalha contra a burocracia e a dor de ter de negar as próprias raízes para aumentar a chance de ser aceito num lugar em que, tanto explícita quanto implicitamente, impera a xenofobia.

A saída é a fuga

2013 – Direção: Leandro Rolim e Paulo Leite. O documentário brasileiro, produzido com o apoio do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, retrata a vida dos refugiados latino-americanos, em geral vítimas de grupos armados ligados ao narcotráfico. A escolha da região, em si, dá um chacoalhão no público, mais acostumado a pensar em asiáticos e africanos como populações migrantes. Rolim e Leite mostram ainda que, no outro extremo, a América Latina é também a terra que acolhe sírios, congoleses, sudaneses, haitianos...

As flores de Kirkuk

2010 – Direção: Fariborz Kamkari. O enredo, que começa com a cena da emblemática derrubada da estátua de Saddam Hussein, mostra a vida dos curdos que vivem numa zona de exclusão após serem expulsos do seu território, na fronteira com Irã, pelo governo iraquiano. Para expor as dificuldades do “povo sem pátria”, Kamkari conta a história da jovem Najla, de uma próspera família iraquiana, que procura Sherko, o antigo namorado de origem curda, com quem perdeu o contato após ter ido estudar medicina na Itália.

Paraíso a Oeste

2009 – Direção: Costa-Gravas. Elias é um dos passageiros de um barco de imigrantes ilegais interceptado pela polícia francesa perto da costa. Decidido a chegar a Paris, Elias se joga no mar e consegue chegar à praia de um hotel de luxo. Sem dominar o idioma e sempre fugindo das autoridades, ele conta com a ajuda das pessoas que vai conhecendo pelo caminho até chegar à cidade que escolheu para viver. A nacionalidade de Elias não é revelada no roteiro. Seria uma escolha intencional de Costa-Gravas para mostrar que o drama da migração atinge povos de todos os cantos?

Hotel Ruanda

2004 – Direção: Terry George . Embora tenha o genocídio como tema central, o filme também provoca reflexões sobre o sofrimento daqueles que são obrigados a abandonar sua vida cotidiana em função da guerra civil. O personagem central desta história, baseada em fatos reais e filmada com grande sensibilidade, é Paul, gerente de um hotel de Kigali que abrigou centenas de refugiados e que, heroicamente, negociou a saída do grupo do território para que escapassem aos horrores do massacre de tutsis pelos hutus.

A viagem da esperança

1990 – Direção: Xavier Koller. Conta a história de uma família turca que tenta chegar à Suíça. Sonhando com uma vida próspera, o casal resolve deixar seis de seus filhos aos cuidados dos avós em sua terra natal, enquanto tenta entrar clandestinamente na Suíça com apenas um dos filhos, que receberia uma educação melhor e, mais tarde, poderia ajudar os outros irmãos. Ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1991.

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