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Elinor Ostrom, Nobel da Economia de 2009: em defesa das comunidades | Casper Christoffersen/ Reuters
Elinor Ostrom, Nobel da Economia de 2009: em defesa das comunidades| Foto: Casper Christoffersen/ Reuters

Salvar florestas tropicais é vital para a luta contra a mu­­dança climática, mas os esforços para deter o desmatamento podem ir para o espaço sem salvaguardas para compensar e indenizar as comunidades lo­­cais, disseram ontem acadêmicos e autoridades.

Florestas agem como os "pulmões" da atmosfera, absorvendo grandes quantidades de gases de efeito estufa emitidos pelos seres humanos. Bilhões de pessoas também confiam nessas áreas verdes como fonte de alimento e de sustento. Pagar aos países em desenvolvimento para preservarem suas florestas é uma questão central nas negociações sobre o clima da ONU na capital dinamarquesa, que visam a assegurar os esboços de um acordo global mais rígido para conter as emissões de gases a partir de 2013.

"Florestas e questões climáticas nunca estiveram tão em alta na agenda política", disse Gro Harlem Brundtland, enviada especial da ONU para a Mudança Climática, em uma reunião paralela às negociações. Apesar disso, as florestas estão sendo destruídas a níveis alarmantes, sem uma diminuição no ritmo da destruição desde 1987, ela informou. "Estamos no caminho de destruir uma área do tamanho da Índia até 2017", acrescentou.

Florestas tropicais da África equatoriana ao Brasil e à In­­donésia contêm algumas das reservas mais ricas de carbono e espécies no mundo, mas estão sob crescente ameaça de gente que está atrás da sua madeira e da terra para cultivar alimentos para uma população humana crescente. Grupos indígenas na vasta bacia amazônica e nas selvas da ilha de Bornéu temem perder mais de suas terras para pecuaristas ou para plantações de soja.

Delegados presentes nas negociações estão próximos de concluir o esboço de um esquema financeiro apoiado pela ONU que iria permitir aos países em desenvolvimento ganharem compensação em carbono em troca de salvar, resgatar e melhorar o gerenciamento de suas florestas.

O esquema poderia render às nações mais pobres bilhões de dólares anuais em vendas de compensação às nações ricas. Ele colocaria, pela primeira vez sob a ONU, um preço sobre o carbono que não foi emitido ao se manter as florestas de pé, com parte do dinheiro indo para as comunidades.

"Se os povos indígenas e nativos no mundo em desenvolvimento não forem reconhecidos e não tiverem garantidos seus direitos claros, teremos mais desmatamento", disse Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana e Nobel da Economia de 2009. Há um risco de expulsões de comunidades e corrupção nos esquemas de preservação a menos que salvaguardas sejam estabelecidas, disse ela.

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