Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante sessão da Assembleia Geral da ONU| Foto: Cia Pak/UN Photo

Em seu segundo discurso diante dos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta terça-feira (25), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma advertência aos líderes iranianos, sírios, venezuelanos e chineses acusando-os de comportamento desonesto. Ele pediu ao resto do mundo que isole o Irã e disse que uma campanha norte-americana de "pressão econômica" poderia reverter a agressão da República Islâmica, em seu segundo discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas. 

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Trump declarou em seu discurso que os Estados Unidos, sob sua liderança, alcançaram novos patamares econômicos e militares. "Estamos defendendo a América e o povo americano, e também estamos nos posicionando pelo mundo", disse ele. 

Confira as principais frases do presidente americano na Assembleia Geral da ONU:

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Irã

Pedimos a todas as nações para isolar o regime do Irã enquanto sua agressão continuar.

O Irã tomou o lugar da Coreia do Norte como o principal antagonista no discurso de Trump para a Assembléia Geral. Trump disse que apesar de ter substituído "o espectro do conflito" pela Coreia do Norte "com um ousado e novo impulso à paz", as tensões com o Irã aumentaram desde o acordo nuclear assinado em 2015 pelo ex-presidente Barack Obama. 

 "Os líderes do Irã semeiam o caos, a morte e a destruição. Eles não respeitam seus vizinhos ou fronteiras ou os direitos soberanos das nações. Em vez disso, os líderes do Irã saqueiam os recursos da nação para enriquecer e espalhar o caos pelo Oriente Médio e muito além".

Segundo Trump, o regime iraniano usou os benefícios do acordo para aumentar seu orçamento militar em 40% e fortalecer a repressão ao povo. O presidente retirou os Estados Unidos do acordo nuclear em maio deste ano. Os demais signatários – Rússia, Alemanha, Reino Unido e França – mantiveram o tratado e disseram que vão criar um novo sistema de pagamento para manter negócios no Irã e desviar das sanções americanas. 

Segundo a BBC, este sistema facilitaria que as companhias petrolíferas e outras empresas continuem a negociar, sem depender do mercado global dominado pelos EUA e do dólar americano.

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O que diz o Irã: 

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse, durante reunião com o presidente boliviano, Evo Morales, que a comunidade internacional precisa se opor firmemente à violação de acordos por parte dos Estados Unidos.

Segundo a agência de notícias EFE, o líder iraniano destacou que, para defender do assédio e a ingerência americana aos interesses dos países “independentes” é preciso que eles permaneçam unidos.  Rouhani também denunciou o apoio que Estados Unidos daria a certos grupos terroristas ou a países que respaldam grupos deste tipo, referindo-se ao ataque no sábado que resultou na morte de 25 pessoas em Ahvaz. 

Venezuela

A Venezuela foi outro tema forte do discurso de Trump nas Nações Unidas. Trump criticou o sistema socialista, que, segundo ele, levou pobreza e causou imigração forçada de mais de dois milhões de pessoas".  “Pedimos às nações que se reuniram aqui para pedir a restauração da democracia na Venezuela”. 

Também destacou a imposição de novas sanções contra pessoas próximas ao ditador venezuelano, Nicolás Maduro. Dentre os sancionados estão a primeira-dama, Cilia Flores, a vice-presidente, Delcy Rodríguez, e os ministros de Comunicação e Defesa.

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Hoje nós anunciaremos sanções contra o regime repressivo, direcionadas ao círculo mais próximo a Maduro e seus assessores.

O que diz a Venezuela:

O ditador venezuelano disse, segundo a Agência Venezuelana de Notícias (AVN), que o governo norte-americano “acredita ser o dono do mundo” ao pretender impor sanções econômicas a países soberanos. “Os impérios estão em decadência. Desaparecerão os impérios que ainda existem na humanidade. Maduro ressaltou que no momento em que a humanidade seja livre da dominação imperial, a Venezuela será a vanguarda dos povos livres.

Coreia do Norte

Em seu primeiro discurso na assembleia geral da ONU, Trump havia chamado o ditador Kim Jong-un de “rocket man” (homem foguete) e prometido aniquilar a Coreia do Norte. Um ano depois, o tom mudou completamente.

Trump falou que a cúpula histórica de Cingapura, em 12 de junho, levou a desenvolvimentos inimagináveis há alguns meses antes, citando a libertação de presos americanos, a repatriação de restos mortais de soldados americanos que morreram na guerra da Coreia (1950-1953), e a decisão da Coreia do Norte de não mais fazer testes nucleares.

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Com o apoio de muitos países aqui hoje, nos comprometemos com a Coreia do Norte para substituir o espectro do conflito por um novo e ousado impulso pela paz. Eu gostaria de agradecer ao presidente Kim por sua coragem e pelos passos que ele deu, embora ainda haja muito trabalho a ser feito. 

 Salientando o comprometimento dos Estados Unidos e das Coreias nas negociações de paz na Península Coreana, ele, entretanto, assegurou que as sanções contra o país de Kim continuarão em vigência até que a desnuclearização da Coreia do Norte ocorra. Nos últimos dias, os líderes dos dois países disseram estar dispostos a marcar uma segunda cúpula bilateral para discutir a desnuclearização.

O que diz a Coreia do Norte:

A Coreia do Norte não se pronunciou.

Outros assuntos

Tocando em um assunto interno delicado para a sua administração, Trump afirmou que a imigração ilegal ajudou a financiar redes criminosas ao mesmo tempo em que dificulta a vida da população local. Para o presidente americano, a imigração não é um assunto a ser tratado em organizações internacionais, mas sim por cada país. Ele disse que os EUA "reconheceriam o direito de todas as nações nesta sala de estabelecer políticas próprias", e que gostaria que os demais países também fizessem o mesmo.

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O presidente também comentou a saída dos EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmando que ele se tornou “um grave constrangimento para esta instituição[ONU]” e que os EUA não voltariam fazer parte do conselho até que “uma reforma real” seja feita. 

Trump ainda reiterou a posição do pais em não reconhecer o Tribunal Penal Internacional por razões semelhantes.

Jamais renderemos a soberania da América a uma burocracia global não-eleita, inexplicável.

Sobre a guerra comercial com a China, Trump disse aos líderes mundiais que o país está “sistematicamente renegociando acordos comerciais ruins". Citando suas ofertas para renegociar acordos comerciais ao redor do mundo, Trump alegou que "muitas nações nesta sala concordarão que o sistema de comércio mundial está em extrema necessidade de mudança". Citando a China, Trump também disse que "não vamos mais tolerar esse tipo de abuso". Salientando que ainda tem "muito respeito e carinho" pelo presidente chinês, Xi Jinping, Trump disse que "os EUA sempre agirão em nossos interesses nacionais".