Muçulmano em Jama Masjid durante o Ramadã, mês sagrado para o Islã| Foto: VM/KV/ANINDITO MUKHERJEE

A constatação é bastante óbvia: “terrorismo e Islamismo são coisas distintas”. Mas, Gamal Oumairi, diretor religioso da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, aponta que os recentes atentados em Paris podem ter influência na discriminação de seguidores do Islã -- fruto da falta de conhecimento sobre a religião.

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E há precedentes, como noticiou o Jornal de Londrina. Nesta segunda-feira, em Londrina, um suposto caso de islamofobia foi registrado pelo presidente da Sociedade Muçulmana de Londrina nas redes sociais, mais especificamente no perfil do prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff. Em uma postagem feita no sábado (14) pela manhã, dia seguinte aos ataques terroristas em Paris, o prefeito disse que “a humanidade certamente amanheceu em um patamar inferior em seu processo civilizatório.”

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Em um dos comentários, um internauta sugere que a Mesquita Rei Faiçal, localizada na Zona Leste de Londrina, poderia ser alvo de ataques. “Já pensou nós brasileiros tão hospitaleiros com todos os povos... explodindo as mesquitas. Tem uma na vila sian #naoficaadica#”, publicou o internauta.

Ouça a entrevista com Gamal Oumairi:

Manifestações pelo mundo

O Conselho Francês do Culto Muçulmano, que representa os muçulmanos da França, enviará às quase 2,5 mil mesquitas do país um “texto solene” que condena “sem ambiguidades qualquer forma de violência ou de terrorismo” para que seja lido na oração de sexta-feira, informou a AFP.

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“Os muçulmanos da França proclamarão igualmente seu apego inquebrantável ao pacto republicano que nos une a todos, assim como aos valores da França”, escreveu a entidade, em um comunicado, cinco dias depois dos atentados de Paris reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

Na segunda-feira, o reitor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, pediu aos imãs da França que participassem na sexta-feira de uma “oração solene” em homenagem às vítimas dos atentados de Paris, que causaram ao menos 129 mortos.

“Faço um convite aos imãs a participarem, na sexta-feira, de uma oração solene, para manifestar nossa compaixão e compartilhar da dor das famílias”, declarou Boubakeur, em uma coletiva de imprensa na Grande Mesquita de Paris, de acordo com a AFP. “Nós, muçulmanos da França, só podemos insistir em uma união nacional para rejeitarmos, juntos, essa desgraça que nos golpeia e nos ataca indistintamente.”

Boubakeur, que já presidiu o Conselho, afirmou que “somos todos vítimas dessa barbaridade”. Ele também pediu que repudiassem a “mistura entre os muçulmanos e pessoas que se dizem muçulmanas, mas que seria mais justo chamar de bárbaros”.

Antes do posicionamento, Dalil Boubakeur fez, junto a um grupo de fiéis, um minuto de silêncio na escadaria da mesquita, mesma homenagem realizada em vários pontos da França e da Europa na segunda-feira.

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