Manifestantes entram em confronto com a polícia em frente ao Parlamento grego, em Atenas| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

Dezenas de milhares de pessoas participaram de manifestações em Atenas e em outras cidades gre­­gas ontem em celebração ao Dia do Trabalho, em meio à ex­­pec­­ta­­tiva de que o governo anun­­ciará duras medidas de corte de gastos em troca de um pacote de ajuda de 45 bilhões de euros (US$ 60 bilhões) somente para este ano. O governo grego deve reunir-se hoje para finalizar as medidas, que deverão ser anunciadas por volta do meio-dia, hora local (6h de Brasília), pelo ministro de Finanças, George Papacons­­tan­­tinou. Depois, ele voará para Bru­­xelas para uma reunião de emergência com ministros de Finan­­ças da zona do euro. A reunião deve ter início às 11h (de Brasília) e deve haver entrevista coletiva depois.

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O Fundo Monetário Interna­­cional (FMI), juntamente com parceiros da Grécia na zona do eu­­ro, disse que vai conceder um empréstimo por três anos ao país. As negociações com o FMI e a União Europeia tiveram início em Atenas em 21 de abril e continuavam ontem.

A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, disse ontem, após uma reunião de autoridades do governo francês, que estava confiante de que os ministros da zona do euro aprovariam o pacote neste fim de se­­mana. O montante pode chegar a 120 bilhões de euros (US$ 159 bilhões) ao longo de três anos, disse ela.

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As medidas de austeridade da Grécia deverão incluir o aumento dos impostos ao consumidor e cortes de aposentadorias e salários do funcionalismo público. Furiosos, os sindicatos chamaram os trabalhadores a protestar no centro de Atenas ontem.

"Essas medidas são a morte. Como as pessoas viverão amanhã, como elas sobreviverão, eu não entendo", disse Nikos Dia­­mantopoulos, que participava de um protesto organizado por um sindicato pró-comunista.

Membros de sindicatos marchavam rumo aos escritórios da União Europeia e à embaixada dos EUA em Atenas. Pequenos con­­flitos irromperam entre al­­guns participantes que lançavam pedras e a polícia, que respondeu com gás de pimenta.

No norte do país, na cidade de Tessalonica, onde mais de 5 mil pessoas protestavam, algumas pessoas entraram em conflito com a polícia e quebraram vitrines de lojas.

O partido conservador da oposição Nova Democracia e o populista e direitista LAOS criticam o governo, mas devem apoiar o pacote de medidas. Partidos esquerdistas prometem acirrar os protestos.

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