60 dias é o prazo dado normalmente para que países apresentem informações sobre armas químicas. Caso atípico, a Síria teve uma semana.
Centenas de refugiados chegam à Itália
Mais de 400 refugiados que disseram ter fugido da guerra civil na Síria foram interceptados perto da costa da Sicília nas últimas 14 horas, e uma mulher de 22 anos morreu durante a viagem, informou ontem a guarda costeira da Itália.
Um primeiro barco, levando 299 pessoas, mais da metade composta por mulheres e crianças, foi escoltado até o porto de Siracusa, na Sicília, na sexta-feira. No navio, estava o cadáver de uma mulher que morreu durante a fuga.
A causa da morte ainda é desconhecida, mas os outros refugiados disseram que ela era diabética e que teria morrido após adoecer dois dias antes, informou a agência de notícias Ansa.
As pessoas no navio afirmaram que deixaram o Egito há cerca de uma semana, informou a Ansa, citando autoridades italianas.
Outra embarcação foi localizada com 124 pessoas a bordo, com todos também se identificando como refugiados sírios, e a guarda costeira os escoltou ontem até um porto da Sicília. Do começo do ano até a primeira semana deste mês, 21.870 imigrantes ilegais ou refugiados chegaram à costa sul da Itália.
A Síria completou ontem a entrega das informações a respeito de seu arsenal químico. A documentação foi enviada à Organização para a Proibição de Armas Químicas, conhecida pela sigla OPCW.
O regime do ditador Bashar Assad cumpriu, assim, o prazo estabelecido pelo acordo firmado em 14 de setembro em que se comprometia a revelar em uma semana a dimensão e a localização de suas armas químicas. O arsenal deve ser destruído até meados de 2014.
De acordo com a OPCW, as informações estão sendo agora avaliadas por um comitê técnico. À reportagem, o porta-voz Michael Luhan havia dito ontem que os dados são sigilosos e que o conteúdo dos documentos não será divulgado.
A organização adiou para amanhã o encontro de seu conselho executivo para o debate a respeito do arsenal químico da Síria.
Apesar de a entrega das informações ter sido realizada com atípica velocidade, em um processo que regularmente dura 60 dias, ainda é necessário estabelecer sob que condições as armas serão destruídas.
Especialistas notam que, mesmo em uma situação normal, o controle do arsenal sírio um dos maiores do mundo tomará muito tempo e dinheiro. A Síria passa, atualmente, por um conflito violento. A insurgência e a repressão já deixaram mais de 100 mil mortos no país, de acordo com as Nações Unidas.
O plano de desarmamento da Síria foi proposto pela Rússia em meio às ameaças americanas de uma intervenção militar.
De acordo com a administração do presidente Barack Obama, o ditador Assad cruzou uma "linha vermelha" ao usar armas químicas contra a população civil em agosto.