O presidente sírio, Bashar Al-Assad, afirmou que não é totalmente responsável pelos militares que reprimem os protestos no seu país, em entrevista concedida nesta terça-feira (6) à rede de televisão ABC.
Em uma rara entrevista à experiente repórter da ABC Barbara Walters, o líder sírio se defendeu da condenação global pela repressão em seu país, que já deixou mais de 4 mil mortos nos últimos nove meses.
"Sou presidente e não o dono do país, então não são minhas forças", disse Assad à ABC, que enviou Barbara Walters a Damasco e exibirá a entrevista nesta quarta-feira (7).
Walters questionou Assad sobre o recente relatório das Nações Unidas que aponta execuções e torturas de civis, incluindo crianças, por funcionários do regime.
Diferença
"Há uma diferença entre ter uma política de repressão e se cometer alguns erros por parte de alguns funcionários. Há uma diferença grande", assinalou Walters citando Assad.
Ao reagir à entrevista, o porta-voz do departamento de Estado, Mark Toner, criticou Assad e disse que ele teve múltiplas oportunidades para acabar com a violência.
"É absurdo que ele tente se esconder atrás de algo e afirme que não tem autoridade no próprio país,", disse Toner.