O ditador da Síria, Bashar al-Assad, prometeu respeito aos acordos da Organização das Nações Unidas (ONU) para entregar as armas químicas do país à comunidade internacional. A declaração foi feita em entrevista exibida ontem pela emissora italiana RaiNews24.
Os comentários de Assad foram veiculados dois dias após o Conselho de Segurança das Nações Unidas adotar uma resolução que exige a entrega das armas químicas na Síria, proposta por Rússia e Estados Unidos. A medida, no entanto, não ameaça Damasco com uma ação militar automática caso descumpra o acordo.
Questionado se seu país se adequaria à decisão, o ditador respondeu que sim e disse que o apoio à resolução mostra a intenção síria de se desfazer de suas armas de destruição em massa.
"Nós nos juntamos ao acordo contra a aquisição e o uso de armas químicas mesmo antes de essa resolução ser aprovada. Vamos respeitá-la e nossa história demonstra que sempre respeitamos nossa assinatura em todos os tratados que firmamos."
Ele voltou a dizer que deseja discutir uma solução política na Síria desde que os rebeldes abram mão de suas armas. E afirmou que poderia sair do cargo, mas não no atual momento do conflito. "Se sair do meu cargo ajudasse a melhorar a situação, não teria problemas, mas agora tenho que seguir no meu posto. No meio de uma tempestade não se pode abandonar o barco", disse. "Sinceramente, a maioria dos países europeus não tem a capacidade de desempenhar um papel em uma conferência de paz, já que não possui o que se necessita para ter sucesso nesse papel."
Assad, no entanto, não fez menção a nenhum país específico. Dos integrantes da União Europeia, Reino Unido e França são os que se envolveram ativamente na crise síria, em especial por pertencerem ao Conselho de Segurança da ONU. Tanto Londres como Paris são críticos do ditador e apoiam abertamente os rebeldes.
Por outro lado, o ditador considerou positiva a aproximação entre o aliado Irã e os Estados Unidos e vê a colaboração como uma forma de dar fim a conflitos no Oriente Médio.
"Se os americanos forem sinceros em sua aproximação com o Irã, os resultados serão positivos no que diz respeito à crise síria e todas as crises na região."