O presidente da Síria, Bashar Assad, descartou hoje a possibilidade de reformas em meio ao "caos" do país. Segundo ele a Síria está em um "ponto de inflexão", após "dias difíceis", afirmou, em um discurso televisionado na Universidade de Damasco. Ele prometeu que o país ressurgirá mais forte, apesar da "conspiração" contra ele.

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Segundo Assad, está em andamento na Síria um "diálogo nacional" que poderia levar a uma nova Constituição. Ele levantou a possibilidade de haver eleições e do fim do predomínio do governista Partido Baath, porém advertiu que a economia está à beira do colapso.

Assad enviou suas condolências às famílias dos "mártires" mortos nos protestos que ocorrem no país desde meados de março. O presidente disse que não pode haver "desenvolvimento sem estabilidade, nem reforma diante da sabotagem e do caos". "Nós fazemos uma distinção entre aqueles (com aspirações legítimas) e os sabotadores que representam um pequeno grupo que tentou explorar a boa-vontade do povo sírio para seus próprios fins", afirmou Assad.

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Pressão

Este foi o terceiro discurso do líder sírio desde o início dos protestos. Líderes ocidentais pressionam por reformas concretas na Síria. Os ministros das Relações Exteriores europeus, frustrados com a ameaça da Rússia de usar seu poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), reuniram-se em Luxemburgo para discutir sanções mais duras contra Damasco, por causa da repressão aos protestos. O chanceler britânico, William Hague, disse que "Assad deve fazer reformas e renunciar".

Ontem, ativistas da oposição síria anunciaram a criação de um "Conselho Nacional" para combater o regime. Também pediram uma ação mais vigorosa das outras nações. "Na Líbia, após a morte de 200 pessoas, (o líder líbio Muamar) Kadafi não tinha mais legitimidade", comparou o porta-voz do conselho, Jamil Saib. "Aqui na Síria, enquanto grupos pelos direitos humanos dizem que há 1.500 mortos e milhares de feridos e presos, a comunidade internacional e o mundo árabe ficam em silêncio."

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado em Londres, a violência na Síria já matou 1.310 civis e 341 membros das forças de segurança.

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