Manifestantes
Ataque contra observadores da Liga Árabe deixa 11 feridos
Onze integrantes da missão de observadores da Liga Árabe enviada à Síria ficaram feridos ontem em um ataque sem armas ocorrido na cidade portuária de Latakia, segundo o diretor das operações da Liga no Cairo, Adnan al-Khodheirum.
Os veículos em que a equipe viajava foram atacados por manifestantes na região.
Segundo a agência estatal de notícias kuaitiana, Kuna, o grupo de observadores incluía enviados do Kuait, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Marrocos e Argélia.
Ontem, mais dois militares kuaitianos, membros da missão, ficaram levemente feridos ao serem atacados por manifestantes, ainda segundo a Kuna.
A agência, que cita um comunicado do Exército kuaitiano, aponta que vários manifestantes agrediram um grupo de observadores árabes e feriram dois deles, sem detalhar o local exato onde o incidente teria acontecido.
Atualmente, há na Síria 165 observadores árabes, cujo número aumentará para 200 no fim desta semana.
No último domingo, o grupo de contato da Liga Árabe, liderado pelo Qatar, decidiu dar mais tempo à missão e aumentar o número de efetivos e da ajuda à delegação.
Folhapress
O ditador sírio, Bashar Assad, prometeu ontem que realizará eleições na Síria em maio ou junho deste ano, mas que não vai ceder à pressão das "forças estrangeiras" que "conspiram" para que deixe o poder.
Segundo Assad, uma nova Constituição será proposta no país, sendo submetida à avaliação popular por meio de um referendo que deverá ocorrer em março. Depois disso, ele prometeu que fará eleições parlamentares.
Em discurso transmitido pela emissora estatal de televisão, ele disse que não deixará o cargo, afirmando que ainda possui o apoio popular. "Nós vamos declarar vitória em breve. Quando eu deixar o cargo, isso será baseado na vontade do povo", afirmou.
Em seu primeiro pronunciamento público desde junho do ano passado, Assad afirmou que há "planejamento estrangeiro" por trás dos protestos contra seu regime, mas que as forças de fora do país "não conseguiram fincar pé na revolução pela qual ansiavam".
O ditador defendeu que não há divisão interna na Síria, apesar de haver grupos militantes terroristas tentando desestabilizar sua autoridade, e colocou a segurança nacional como prioridade de seu governo. Assad garantiu que não houve ordens para qualquer membros de suas forças atirarem em cidadãos.
Segundo ele, forças externas tentam desestabilizar o país, e está claro para todos a conspiração que existe contra o governo sírio. "Interesses regionais e internacionais que estão tentando desestabilizar a Síria não podem mais falsificar os fatos e os eventos", reforçou.
Censura
Com base em tal "conspiração" externa, o ditador também justificou a proibição da mídia internacional de atuar livremente pelo país. Segundo ele, a pressão estrangeira se faz agir também por meio das notícias jornalísticas sobre a Síria. Por isso, sem o controle da mídia, os jornalistas fariam uma propaganda exagerada, assustando a população.
"Decidimos selecionar quem poderia entrar no país para fazer jornalismo para evitar que as forças externas influenciem e assustem o povo sírio", defendeu.
Assad criticou ainda a Liga Árabe, se dizendo surpreso pelo fato de os árabes terem ficado contra a Síria e não ao lado dela. Mas, segundo ele, os membros da organização não tiveram liberdade e também estão sob pressão.
EUA cobram ação da ONU para acabar com violência
Em coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova York, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, advertiu que "já passou da hora" de o Conselho de Segurança da entidade agir contra a violência na Síria.
Rice também cobrou a Rússia por "barrar" todas as tentativas de aprovar um texto coerente de resolução condenando a repressão do ditador Bashar Assad aos protestos, que já teria deixado mais de 5 mil mortos.
Logo após a americana falar, Bashar Jaafari, o embaixador sírio na ONU, disse que a onda de violência no país, que já dura dez meses, é fruto de uma conspiração internacional.
Opositores do regime sírio que pedem a saída de Bashar Assad consideraram uma incitação à violência e à guerra civil o discurso do ditador realizado ontem e transmitido ao vivo pela emissora de tevê estatal do país.
O ditador defendeu que não há divisão interna na Síria e garantiu que não houve ordens para qualquer membros de suas forças atirarem em cidadãos.
Para o CNS (Conselho Nacional Sírio), grupo que reúne a maioria da oposição a Assad, "há uma incitação à violência, uma incitação à guerra civil" no discurso.
"Também há palavras sobre a divisão religiosa que o próprio regime fomentou e estimulou", declarou em uma entrevista coletiva em Istambul Basma Qodmani, integrante do CNS.
"Isto indica que o regime segue para um comportamento ainda mais criminoso e irresponsável."
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