Assad propõe interlocutor com oposição, diz enviado da ONU

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O enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Síria, Kofi Annan, afirmou nesta quarta-feira (11) que o presidente Bashar al Assad propôs o nome de um interlocutor com a oposição para a formação de um provável órgão de transição de governo, após 16 meses de crise política e violência entre os dois lados.

O representante da organização afirmou que está considerando o nome do mediador, mas não deu detalhes sobre a identidade da pessoa sugerida.

A declaração foi feita após a reunião com o Conselho de Segurança da ONU, nesta quarta, em que detalhou os avanços obtidos durante visitas à Síria, ao Irã e ao Iraque. A reunião de Annan com Assad foi na terça.

De acordo com o ex-secretário-geral da ONU, os dois concordaram a conveniência de um cessar fogo nos locais em que os enfrentamentos entre o governo e a oposição são mais violentos. A medida facilitaria a saída e a entrada de ajuda humanitária aos civis que ficaram presos nos conflitos entre os rebeldes e o regime.

Esboço

Na noite de terça-feira (10), a Rússia circulou entre os membros do Conselho de Segurança da ONU um esboço de resolução para estender a missão de observadores na Síria por mais três meses para contribuir na busca de uma solução pacífica para o conflito.

O conselho deverá decidir até a semana que vem a permanência da missão que, segundo o cronograma inicial, termina no dia 20. De acordo com fontes diplomáticas ouvidas pela agência de notícias Efe, o esboço não deve agradar os países do Ocidente, que cobram a aplicação de sanções econômicas.Na manhã de hoje, a China manifestou o apoio à proposta de transição desenvolvida por Kofi Annan durante reunião entre os cinco membros do Conselho de Segurança com direito a veto e o enviado especial, em Genebra, no dia 30.

A China e a Rússia, que têm poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, vetaram todas as tentativas dos EUA e de seus aliados para pressionarem Bashar al Assad. No período de 16 meses de conflito, a ONU informou que mais de 10 mil pessoas já morreram, enquanto a oposição síria eleva a estimativa para 16 mil.