O fundador do Wikileaks, Julian Assange, agradeceu ao governo do Equador por examinar o pedido de asilo político que apresentou quando se abrigou na representação diplomática do país sul-americano em Londres, nesta terça-feira (19).

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"Agradeço ao governo do Equador e ao embaixador no Reino Unido por considerar meu pedido", declarou Assange, em comunicado à imprensa, após Quito anunciar que estuda o pedido.

Mais cedo, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, informou que Assange enviou uma carta ao presidente do país andino, Rafael Correa, na qual afirma sofrer "perseguição" e, por isso, pede asilo político.

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Um porta-voz da embaixada confirmou a informação sobre o pedido de Assange, que pediu asilo político para evitar sua extradição à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais --na semana passada, o réu esgotou os recursos legais na Justiça britânica para contestar as acusações.

Os Estados Unidos consideram que o pedido de asilo "é um assunto entre Suécia, Reino Unido e do próprio Equador", disse William Ostick, porta-voz do Departamento de Estado americano para Assuntos Hemisféricos.

Carta "A perseguição da qual sou alvo em diversos países deriva não só de minhas ideias e ações, mas de meu trabalho ao publicar informações que comprometem os poderosos, de publicar a verdade e, com isso, desmascarar corrupção e graves abusos aos direitos humanos ao redor do mundo", indica Assange na carta lida pelo chanceler.

Em suas declarações à imprensa, Patiño afirmou que Assange, de nacionalidade australiana e com residência no Reino Unido, se apresentou na sede da embaixada do Equador em Londres "solicitando a proteção do governo do Equador".

Assange diz que considera "impossível" o retorno a seu país de origem após a "lamentável declaração efetiva de abandono" recebida pelas autoridades australianas, declarou Patiño.

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"O governo do Equador está avaliando o pedido de Julian Assange e qualquer decisão que adotar sobre o mesmo levará em conta o respeito às normas e princípios do direito internacional, assim como a tradicional política do Equador de resguardar os direitos humanos", disse o chanceler.

Extradição A Suprema Corte britânica anunciou na última quinta-feira que rejeitou o recurso apresentado por Assange para que reexaminasse o recurso contra sua extradição à Suécia, informando, no entanto, que ela não poderá ser executada em menos de duas semanas.

"A Suprema Corte do Reino Unido rejeitou a solicitação apresentada por Dinah Rose, advogada do senhor Julian Assange, que buscava retomar sua apelação", declarou a maior instância judicial britânica em um comunicado.

O texto informa que a Corte, cujos sete juízes tomaram a decisão por unanimidade, também ordenou que o processo de extradição do australiano, de 40 anos, "não deve começar antes do 14º dia a partir desta quinta-feira".

Os advogados de Assange pediram esta revisão, sua última tentativa na Justiça britânica, por uma "questão de procedimento" depois que os juízes da Suprema Corte fizeram referência em sua decisão do dia 30 de maio a elementos que nunca haviam sido discutidos durante o primeiro exame do recurso.

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Segundo afirmou na época outra advogada de Assange, Gareth Peirce, a referência no veredicto à Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados Internacionais constituía uma "violação de seu direito a um julgamento justo".

Suécia As autoridades suecas requerem Assange para interrogá-lo como suspeito de quatro supostos crimes de agressão sexual, pelos quais até hoje não foi acusado formalmente. Um tribunal de primeira instância e o Tribunal Superior de Londres já tinham autorizado a extradição no ano passado.