O editor-chefe e fundador do WikiLeaks disse, nesta sexta-feira (17), temer que os Estados Unidos estejam se preparando para indiciá-lo. Ele afirmou, porém, que o site vai continuar seu trabalho, apesar do que ele chamou de campanha difamatória. As declarações de Julian Assange foram feitas em Ellingham Hall, a mansão de um partidário localizada no leste da Inglaterra onde ele está confinado após ter sido libertado na quinta-feira (16) sob fiança.
O australiano de 39 anos luta para não ser extraditado para a Suécia, onde é acusado por crimes sexuais. Em entrevista à televisão, ele declarou que está sendo alvo de uma campanha difamatória e que aparentemente está sendo preparado uma investigação secreta contra ele ou sua organização. Ele não deu detalhes sobre o suposto processo, mas já contratou um escritório de advocacia não nomeado dos EUA para representá-lo. Também falou que, agora que está solto, o site deve vazar mais rapidamente novos documentos.
O WikiLeaks tem divulgado nas últimas semanas cerca de 250 mil documentos diplomáticos dos EUA. Autoridades dos EUA investigam se é possível apresentar acusações contra Assange. O governo suspeita que o WikiLeaks recebeu os documentos de um militar norte-americano, Bradley Manning, preso sob suspeita de vazar os documentos confidenciais. Assange disse hoje que Manning foi uma de suas fontes, mas não a única.
Assange ficou nove dias preso em Londres, após se entregar à polícia local. Ele é acusado de crimes sexuais contra duas mulheres na Suécia, mas garante não ter feito nada. Seu processo de extradição deve durar meses. Os promotores suecos garantem que o caso não tem nada a ver com o WikiLeaks, mas os advogados de defesa de Assange já levantaram a possibilidade de interferência política no caso. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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