O fundador e editor-chefe do site de divulgação de documentos oficiais WikiLeaks, Julian Assange, pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que "faça a coisa certa" e retire as acusações contra o WikiLeaks. Em sua primeira aparição pública após ter se refugiado na embaixada do Equador em Londres há dois meses, Assange não indicou quais serão seus próximos passos após ter seu pedido de asilo concedido pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, e o Reino Unido ter negado o salvo conduto para que ele deixe o país.
O breve pronunciamento de Assange durou cerca de cinco minutos e foi transmitido ao vivo pela rede de TV britânica BBC. De uma janela da embaixada, Assange agradeceu a "coragem do presidente Correa" e do ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patino, por considerarem seu pedido de asilo. Refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho deste ano, o fundador do WikiLeaks também agradeceu a hospitalidade e gentileza dos funcionários da embaixada.
Assange indicou que vai aguardar a reunião de emergência dos ministros de Relações Exteriores dos países que compõem a Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para a próxima sexta-feira (24), em Washington, e mencionou individualmente os governos de vários países que integram a organização. A cada país citado por ele, que não incluiu os Estados Unidos, apoiadores do WikiLeaks e manifestantes que se concentravam do lado de fora da embaixada em Londres aplaudiram.
Antes de concluir, Assange pediu que Obama "faça a coisa certa" e retire as acusações contra ele e o WikiLeaks, e também liberte o soldado Bradley Manning, acusado de ter passado ao site os arquivos confidenciais divulgados no ano passado. Manning está preso e é acusado, em um tribunal militar, de conspiração e traição com base na Lei de Espionagem. "Bradley deve ser libertado. Ele está preso há dois anos sem julgamento, e o máximo permitido por lei são 120 dias", acusou Assange. "Peço ao presidente Obama que faça a coisa certa", pediu.