Três jornalistas foram detidos no estado de Kano (norte da Nigéria) porque teriam incitado o assassinato, na última sexta-feira (8), de 9 mulheres que trabalham em uma campanha de vacinação contra a poliomielite.
Segundo informa nesta terça-feira (12) o jornal local "Leadership", que cita fontes policiais, também foi detido um antigo responsável do organismo oficial de censura do governo estadual.
Os jornalistas, que trabalham para a emissora de rádio "Wazobia FM" em Kano, foram identificados como Gama Muhammad, Mubarak Muhammad e Yakubu Moussa Fagge, em tanto que o ex-censor responde ao nome de Rabbo Abdulkareem.
Os quatro suspeitos, detidos na segunda-feira (11), participaram recentemente em um programa no qual debateram sobre a opinião que têm alguns no norte da Nigéria - de maioria muçulmana - que a vacinação contra a pólio pode causar infertilidade.
"Sempre me oporei à vacinação contra a pólio porque ninguém me convencerá de que não é um ato contrário à vontade de Alá e não é uma conspiração ocidental deliberada contra nossas crianças", disse Abdulkareem no programa radiofônico.
A polícia acredita que essas declarações podem ter desencadeado a onda de crimes na última sexta-feira (8). O comissário de polícia de Kano, Ibrahim Idris, afirmou que os detidos poderiam ser acusados formalmente de "homicídio culposo", embora não tenha definido quando a acusação será formulada.