Famosa pelas suas conquistas nas competições de Miss Universo, a Venezuela vive agora uma comoção nacional após o assassinato de Mónica Spear, que disputou o título em 2004. Sua morte levou o líder da oposição, Henrique Capriles, a pedir uma união nacional na luta contra a violência, que é uma das principais preocupações dos venezuelanos. No mês passado, o presidente Nicolás Maduro também fez um aceno contra a polarização da política nacional ao se reunir com prefeitos da oposição.
Mónica, de 29 anos, foi assassinada com seu marido, o irlandês Henry Thomas Berry, de 39 anos, na rodovia Puerto Cabello-Valencia, cerca de 220 quilômetros a oeste de Caracas. Autoridades acreditam que o crime ocorreu após as 22h de segunda-feira, quando o casal tentou resistir a uma tentativa de assalto.
Mónica e Berry estavam parados no acostamento esperando um guincho após um problema no veículo - provavelmente causado por um buraco na pista - quando foram baleados e mortos. A filha do casal, de 5 anos, ficou ferida com um tiro de raspão na perna mas está fora de perigo.
A região onde ocorreu o assassinato, El Cambur, registra em média um assalto por dia.
Embora o governo de Maduro garanta que as taxas de homicídio foram reduzidas em um terço no ano passado, opositores e organizações de direitos humanos afirmam que os números continuam aumentando. O Observatório Venezuelano de Violência disse que a taxa de homicídios por 100 mil habitantes atingiu 79 em 2013, tornando o país o terceiro mais violento no mundo, atrás de Honduras e El Salvador.
'Nicolás Maduro eu proponho deixar de lado nossas profundas diferenças e nos unirmos contra a insegurança, como um único bloco', escreveu Capriles no Twiiter. Ele também é governador do estado de Miranda, um dos mais ricos do país.
A ministra das Comunicações do país, Alejandra Benítez, disse que o governo "aplicará todo o peso da lei" para encontrar e punir os culpados pelo assassinato de Mónica.