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Jovenel Moïse participa da posse do presidente do Equador, Guillermo Lasso, em 24 de maio de 2021
Jovenel Moïse participa da posse do presidente do Equador, Guillermo Lasso, em 24 de maio de 2021| Foto: Reprodução/Twitter

O assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, nesta quarta-feira (7) gerou comoção da comunidade internacional e pedidos para que o país mantenha a unidade política neste momento crítico.

A Secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o "assassinato político" e disse que o caso é uma "tentativa de minar a estabilidade institucional do país". A OEA também descreveu o ocorrido como "uma afronta a toda a comunidade das nações democráticas" da região.

"Condenamos nos mais fortes termos o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, ato criminoso ocorrido na madrugada de hoje", declarou a nota. "Desentendimentos e desacordos fazem parte de um sistema de governo vigoroso e sólido. Os assassinatos políticos não têm lugar em uma democracia. Pedimos o fim de uma política irresponsável que ameaça inviabilizar os avanços democráticos e o futuro do país", acrescentou a nota oficial.

Por fim, a OEA expressou sua "solidariedade ao povo haitiano neste momento difícil" em face desta "tentativa de minar a estabilidade institucional do país".

Repercussão entre líderes de países

Um dos primeiros a se manifestar foi Luis Abinader, presidente da República Dominicana, vizinha do Haiti. "Este crime viola a ordem democrática do Haiti e da região. Nossas condolências a suas famílias e ao povo haitiano", disse Abinader em uma mensagem no Twitter. Diante do ocorrido, Abinader ordenou o fechamento das quatro passagens de fronteira com o Haiti e ordenou o reforço da vigilância na área, segundo um responsável do Corpo Especializado de Segurança Fronteiriça Terrestre (Cesfront).

O presidente da Colômbia, Iván Duque, que recentemente escapou ileso de um ataque a tiros contra seu helicóptero, rechaçou o assassinato, classificando-o como "um ato covarde e bárbaro contra todo o povo haitiano". Duque afirmou que a Colômbia apoia as instituições e a democracia, e por isso solicitou "à Organização dos Estados Americanos (OEA) uma missão urgente para proteger a ordem democrática" no Haiti.

Na Venezuela, o líder opositor Juan Guaidó enviou mensagem em apoio ao Haiti. "Repudiamos o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse. Somos solidários com o povo haitiano e os acompanhamos neste momento difícil. Não esquecemos o apoio do Haiti à nossa causa democrática", disse Guaidó em mensagem postada no Twitter.

O governo argentino expressou seu "mais enérgico repúdio" ao assassinato do presidente do Haiti. "A Argentina espera que a paz e a tranquilidade sejam recuperadas em breve no país e pede respeito às instituições democráticas", disse em nota a chancelaria argentina. A Casa Rosada também fez "um apelo para que os autores do crime sejam rapidamente identificados para que possam ser responsabilizados por seus atos".

No Equador, o presidente Guillermo Lasso disse que o crime foi um ato "desumano, covarde e bárbaro". "Nossas sinceras condolências a seus entes queridos e a todo o povo haitiano". O apoio ao Haiti também veio do Chile, em uma declaração do presidente Sebastián Piñera. O presidente chileno fez ainda um apelo à "unidade e paz para fortalecer a democracia" e assim poder "encontrar uma saída para a grave crise" que atravessa o país, o mais pobre da América Latina.

Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, também lamentou a morte de Moïse, lembrando que o haitiano esteve no ato de sua posse como presidente do México em dezembro de 2018, acompanhado de sua esposa, Martine Moïse.

Os Estados Unidos disseram que o assassinato do presidente haitiano foi um "crime espantoso". O governo americano também anunciou que está obtendo informações sobre o caso. "Estamos prontos e preparados para oferecer qualquer assistência que seja necessária", afirmou Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, em entrevista concedida à emissora americana de televisão CNN.

Além disso, a porta-voz informou que o presidente americano, Joe Biden, será informado nesta manhã sobre a situação do Haiti, antes de embarcar em viagem para o estado de Illinois, onde participará de um evento. Em Porto Príncipe, capital haitiana, a embaixada dos EUA ficará fechada devido à "atual situação de segurança", segundo informa uma postagem publicada no Twitter da delegação americana no país.

Mais tarde, Biden disse que o assassinato "atroz" é um "sinal muito preocupante" do estado da crise política no Haiti. "Precisamos de muito mais informações, mas é (um sinal) muito preocupante sobre como as coisas estão no Haiti", disse Biden, antes de embarcar no helicóptero para uma viagem a Illinois, afirmando também que os EUA estão "preparados para ajudar" na tentativa de "trabalhar por um Haiti seguro".

Fora da América, o alto representante de Política Externa da União Europeia (UE) , Josep Borrell, disse que ficou "chocado" com o assassinato do homem que tinha conhecido pessoalmente há poucas semanas. Ele advertiu também que o caso poderia promover uma "espiral da violência" no país.

A Espanha também se manifestou sobre a morte. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, fez "um apelo à unidade política para sair deste terrível transe que está sofrendo um país com o qual temos muitos laços culturais e de fraternidade".

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