O tunisiano que dirigiu seu caminhão contra uma multidão na quinta-feira (14) à noite, matando ao menos 84 pessoas, é “sem dúvida um terrorista ligado ao Islã radical”, declarou nesta sexta o primeiro-ministro francês Manuel Valls.
“É sem dúvida um terrorista ligado ao islamismo radical de uma maneira ou de outra (...). Sim foi um ato terrorista e nós vamos buscar cúmplices”, declarou Valls no canal de televisão France 2.
Enquanto a investigação ainda está no estágio inicial, autoridades buscam descobrir exatamente quais eram as suas conexões com redes terroristas. Na quinta-feira, a polícia procurava potenciais cúmplices do motorista do caminhão que avançou sobre a multidão.
Mohamed Lahouaiej-Bouhlel dirigiu um caminhão contra uma multidão que estava reunida na quinta à noite na cidade costeira de Nice para comemorar o feriado nacional de 14 de julho, provocando terror em uma França já marcada por dois atentados extremistas em 2015.
O caminhão branco de 25 toneladas avançou em alta velocidade pelo Passeio dos Ingleses, a avenida costeira de Nice, para onde centenas de pessoas se dirigiram para presenciar os fogos de artifício por ocasião do aniversário da Queda da Bastilha. O atentado foi classificado pelo presidente François Hollande como terrorista.
De acordo com uma fonte policial, o homem não estava na lista de vigilância dos serviços de inteligência da França, mas era conhecido pela polícia por relação com crimes comuns, como roubo e violência. Nascido na cidade tunisiana de Msaken, ele foi condenado em março em Nice por violência no trânsito.
O apartamento do suspeito foi revistado nesta manhã. Vizinhos o descreveram como uma pessoa solitária e quieta, que não conversava e se deslocava com bicicletas alugadas e um caminhão.Fontes citadas pela TV francesa BFM TV afirmaram que Bouhlel estava deprimido e infeliz desde o divórcio, e que sofria de problemas financeiros.
No Brasil, muçulmanos repudiam violência em nome do Islã
A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) declarou nesta sexta, após os ataques em Nice na quinta à noite, que a violência praticada por radicais não condiz com a conduta do Islã.
Em nota, a entidade explica que o repúdio se justifica porque o princípio que move o Islã é aquilo que “eleva a vida humana acima de qualquer outra e a valoriza onde quer que ela esteja”, pontua a federação. “Vale frisar que quem mata em nome de Deus o faz falsamente”, ressaltam.