Os agentes acreditam lidar com um indivíduo que não possui tendências suicidas e buscam negociar sua rendição para capturá-lo vivo| Foto: AFP PHOTO/REMY GABALDA

Explosões

Várias explosões ocorreram nesta quarta-feira (21) às 23h45 locais (19h45 no horário de Brasília) no lugar onde está escondido o assassino de Toulouse, no sul da França.

As explosões, retransmitidas pela rede de televisão "BFM", foram ouvidas duas horas e meia após o corte da energia na região, onde se refugia o suposto assassino de sete pessoas nessa cidade e na vizinha Montauban.

Um antigo negociador do corpo de elite da polícia francesa, Laurent Combalbert, afirmou ao mesmo canal que as explosões podem ser interpretadas como uma invasão por parte dos agentes ou como uma reação a algum movimento do suspeito.

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O assassino de Toulouse, encurralado pelas forças de segurança em um apartamento da cidade há quase 20 horas, mantém a França em estado apreensivo e as autoridades esperam a prisão iminente do homem que confessou ter matado sete pessoas, inclusive três crianças.

Merah, de 23 anos, está fortemente armado dentro de sua residência, no primeiro andar de um prédio de cinco andares da rua Sergent Vigné de Toulouse. O edifício foi evacuado e está cercado por atiradores de elite da polícia francesa.

Os agentes acreditam lidar com um indivíduo que não possui tendências suicidas e buscam negociar sua rendição para capturá-lo vivo, seguindo as ordens do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que nesta quarta-feira viajou novamente a Toulouse.

O assassino de três militares franceses, três crianças judias e o pai de duas delas - crimes cometidos em Toulouse e Montauban, duas cidades no sul da França - é um francês de origem argelina que, segundo as autoridades judiciais, tem antecedentes criminais de delitos comuns, condenado pela Justiça de Toulouse.

Definiu-se a si próprio como um "mujahedin" ligado à rede terrorista Al Qaeda, que teria lhe encomendado atentados na França, e lamentou não ter tido tempo para cometer mais crimes.

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Os próximos alvos do atirador eram outro militar e dois policiais de Toulouse, segundo os investigadores.

No entanto, a polícia já prendeu várias pessoas supostamente envolvidas nos crimes, entre elas seu irmão Abdelkader - que tinha um carro carregado de explosivos, analisado pelos investigadores no momento - e a mãe de ambos.

Os investigadores, sob a direção do ministro do Interior, Claude Guéant, também analisam a câmera que ele teria levado pendurada no pescoço enquanto cometia pelo menos alguns de seus crimes. Segundo o próprio criminoso, as imagens teriam sido divulgadas pela internet, mas isso ainda não foi confirmado.

As autoridades estão atrás de um automóvel Renault Clio que Merah disse ter alugado e que poderia conter explosivos como os apreendidos de seu irmão, também vinculado a radicais islâmicos.

Durante o longo período de cerco ao assassino, o procurador-chefe de Paris, François Molins, divulgou alguns detalhes da investigação e das conversas que os agentes estão conduzindo com Merah.

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As últimas declarações de Guéant indicam que o jovem atirador planeja se entregar nesta noite, após ter anunciado sua rendição às forças de segurança.

A operação policial começou às 2h da madrugada local na França (23h de terça-feira de Brasília), quando os agentes entraram no edifício e foram recebidos a tiros. Três soldados ficaram feridos.

Horas antes, Merah havia entrado em contato com a emissora de televisão "France 24" para assumir a autoria dos crimes. Segundo ele, o massacre no colégio judaico foi um ato de vingança pelo sofrimento das crianças palestinas e os assassinatos de militares foram atos de vingança à presença de Forças Armadas francesas no Afeganistão.

Suas "caçadas" armadas seriam igualmente provocadas, segundo o procurador, pela lei francesa sobre a proibição do uso dos véus islâmicos que cobrem o corpo inteiro das mulheres.

O jovem tem, segundo os investigadores, um "perfil de autorradicalização salafista atípico", que o levou a realizar duas viagens ao Afeganistão e Paquistão nas quais se suspeita que pode ter recebido treinamento de combate.

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Na primeira dessas viagens, foi barrado pela polícia rodoviária afegã e entregue às Forças Armadas americanas, que o enviaram de volta à França. Na segunda, teria sido vítima de hepatite A.

O atirador, que estava no ponto de mira da polícia francesa por seus vínculos extremistas, trabalhava como mecânico em uma oficina de Toulouse e, apesar do que afirmaram alguns meios de comunicação franceses, os investigadores negam que tentasse entrar na Legião Estrangeira em 2010.