A Assembleia Constituinte da Tunísia, eleita depois de uma revolução que inspirou as revoltas da "Primavera Árabe", realizou sua sessão de abertura nesta terça-feira, descrita pelas autoridades como um passo histórico rumo à democracia.
A assembleia, que vai se reunir durante um ano para redigir uma nova constituição, é dominada por um partido islamista moderado, cuja vitória eleitoral no mês passado repercutiu em outros países da região onde os islamistas estão ganhando terreno após os protestos populares que derrubaram três chefes de Estado árabes.
Os membros da assembleia, autoridades sêniores do novo governo de coalizão, e ministros do gabinete que está deixando o poder ficaram de pé para ouvir o hino nacional da Tunísia na cerimônia que abriu a assembleia de 217 assentos.
"Este é um momento histórico .. para a transição para a democracia", disse Fouad Mebazza, o presidente interino que está de saída, durante a cerimônia, no mesmo prédio onde o Parlamento anterior governava antes da revolução.
A presença de cerca de 1.000 manifestantes em frente ao prédio serviu de lembrete dos desafios que o novo governo da Tunísia enfrentará. Entre eles estavam os parentes de pessoas mortas na revolta que derrubou o presidente Zine al-Abidine Ben Ali, que agora exigem uma indenização do Estado.
Os manifestantes também incluem a mãe de Mohamed Bouazizi, o jovem vendedor de legumes que ateou fogo em si mesmo em dezembro passado em um ato de protesto que desencadeou a revolução.
Eles levantavam cartazes dizendo "Queremos justiça!" e "O povo quer uma nova revolução".
O governo da Tunísia vai ser dominado pelo partido islamista moderado Ennahda, que conquistou o maior contingente na assembleia, mas sem chegar a obter maioria.