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A Assembléia Constituinte, convocada para refundar o Estado boliviano com uma nova Carta Magna, suspendeu os trabalhos nesta sexta-feira, pressionada por protestos de organizações civis de oposição ao governo de Evo Morales.

A assembléia, que há 13 semanas não consegue reiniciar as sessões, foi convocada nesta sexta-feira mais uma vez, mas dezenas de estudantes universitários ficaram na porta de entrada do teatro público que serve de sede à Constituinte para impedir a abertura dos trabalhos.

Os manifestantes rechaçaram a pauta da assembléia: discutir a mudança de sua sede para outra cidade para evitar os protestos das organizações civis que exigem que a futura Constituição inclua um artigo que tranfira a sede do governo de La Paz para Sucre.

Os estudantes, ligados ao direitista comitê cívico de Chuquisaca, cuja capital é Sucre, queimaram pneus nas proximidades da sede da assembléia e tentaram invadir suas instalações, mas um contingente policial reforçado impediu a entrada dos manifestantes.

"Suspendemos o trabalho por falta de garantias", afirmou a presidente da assembléia, Silvia Lazarte, durante uma coletiva de imprensa, sem informar quando as sessões voltariam a acontecer ou que medidas seriam tomadas para que a situação se normalize, a menos de 39 dias do encerramento do prazo final para o qual foram eleitos por voto popular 255 delegados de todo o país.

Nas ruas que cercam o fórum constitucional, vários dirigentes do Movimento ao Socialismo (MAS, governista) foram agradidos por jovens estudantes.

As sombrias perspectivas levaram o vice-presidente Alvaro García afirmar na última quarta-feira que a assembléia - instalada em agosto de 2006 com o objetivo de refundar a Bolívia por meio de uma nova Constituição - "está ferida de morte".

A instância deliberativa sofre desde sua abertura com fortes diferenças ideológicas de seus membros, a respeito de que tipo de país se deseja criar. Alguns setores do MAS propõem o estabelecimento de uma nação "socialista comunitária", enquanto a oposição busca um sistema "democrático descentralizado".

O elemento principal que emperrou os trabalhos da assembléia foi o pedido de Sucre de que La Paz devolva os poderes Executivo e Legislativo, obtidos em uma guerra civil no século XIX. Mas a atual capital política descarta perder esta condição.

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