A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (18) uma resolução para exigir o "fim da ocupação de Israel nos territórios palestinos", com uma maioria de 124 votos a favor e apenas 14 contra, mas nesta ocasião com muitas abstenções, 43 ao todo.
Foi necessária uma maioria de dois terços para apoiar essa resolução, que não é vinculativa, como todas as resoluções da Assembleia, mas que é de certa forma histórica, pois foi apresentada pela primeira vez pela Autoridade Palestina, que, apesar de não ter um Estado pleno, ganhou algumas competências nos últimos meses.
Enquanto os países muçulmanos e africanos votaram quase em bloco a favor da resolução, a União Europeia (UE) se dividiu com votos a favor (entre eles Espanha e França), contrários (Hungria e República Tcheca) e várias abstenções (Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Polônia).
Israel e Estados Unidos mais uma vez mostraram sua sólida aliança nessas votações consideradas críticas para o primeiro, tendo ao seu lado Argentina, Paraguai e vários países das ilhas do Pacífico, que sempre votam com os americanos.
Prazo de 12 meses
A resolução desta quarta-feira pede a Israel que "ponha fim, sem demora, à sua presença ilegal nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental (...) e a fazê-lo no prazo máximo de 12 meses após a adoção da resolução”.
O texto também diz que Israel precisa "devolver as terras confiscadas dos palestinos", permitindo o retorno das pessoas deslocadas pelos assentamentos e reparações aos afetados, além de pedir que a comunidade internacional "não reconheça as consequências territoriais, legais e demográficas da ocupação das terras palestinas".
No entanto, a linguagem da resolução, desta vez muito dura com Israel, não convenceu vários países, como Canadá, Austrália, Índia, Suíça e muitos europeus, que optaram por se abster.
Como resultado, a deliberação adotada hoje teve menos consenso do que a que foi votada em maio na mesma Assembleia em favor da adesão plena da Palestina à ONU: 143 países a apoiaram e apenas nove votaram contra.
Nesta terça-feira (17), ao apresentar a resolução, o embaixador da Autoridade Palestina na ONU, Riad Mansour, disse que “nenhuma potência ocupante deve infringir os direitos inalienáveis" dos palestinos.
"A justiça é o único caminho para a paz. Respeitem o direito internacional e não o sacrifiquem por cálculos políticos frios”, afirmou.
Logo em seguida, o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, tomou a palavra, referindo-se a esse momento como “um circo onde o terror é aplaudido”.
“Qualquer um que vote a favor está colaborando com a violência e insultando o próprio funcionamento desta instituição (...) Eles estão tentando isolar e destruir Israel, essa resolução atrasa a esperança de paz na região”, disse Danon.
A embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que rejeitava “resoluções unilaterais” sobre o conflito israelense-palestino porque são “irrealistas” e considerou que “a paz só virá por meio de negociações entre os dois lados” rumo a uma solução de dois Estados.
Esse é o caminho que os EUA vêm tentando implementar há meses, sem sucesso, por meio de um cessar-fogo prévio na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
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