A Assembleia Geral da ONU aprovou na terça-feira por unanimidade um segundo mandato de cinco anos para Ban a partir de 1o de janeiro de 2012| Foto: Reuters

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na terça-feira por unanimidade um segundo mandato de cinco anos para o secretário-geral Ban Ki-moon, considerado por analistas e diplomatas um sólido aliado dos Estados Unidos.

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O ex-chanceler sul-coreano, que sucedeu Kofi Annan em janeiro de 2007, foi reeleito por aclamação para o cargo máximo da organização mundial, composta atualmente por 192 países membros, a partir de 1o de janeiro de 2012.

A reeleição de Ban, de 67 anos, havia sido recomendada na semana passada pelo Conselho de Segurança e ele era candidato único. Ban agradeceu os países membros da entidade pela "grande honra".

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"Estou feliz por sua confiança e engrandecido por nosso senso de propósito comum", ele disse.

A embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, saudou a recondução de Ban e elogiou seu desempenho em "um dos trabalhos mais árduos do mundo."

"Ninguém entende melhor do que ele os ônus deste papel", afirmou ela, acrescentando que os EUA "estão gratos por ele estar disposto a assumi-los."

Todos os grupos regionais da ONU apoiaram a reeleição de Ban, inclusive o da América Latina e Caribe, último a tomar essa decisão.

Diplomatas e funcionários da entidade disseram que Cuba, Barbados e outros países haviam retardado o aval latino-americano, queixando-se de que Ban teria negligenciado a decisão. Havana negou ter obstruído o processo.

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A missão mexicana na ONU desmentiu declarações de diplomatas que disseram que o México desejava mais de um candidato. Mas, em nota, os mexicanos confirmaram que seu embaixador Claude Heller sugeriu atualizar o "procedimento obsoleto" de eleição do secretário-geral.

Por uma regra não-escrita da ONU, o cargo de secretário-geral é ocupado em um rodízio entre as regiões do mundo e nunca por um cidadão dos cinco países com vaga permanente no Conselho de Segurança: EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China.

Em geral, o secretário-geral cumpre dois mandatos de cinco anos, embora o egípcio Boutros Boutros-Ghali tenha sido deposto pelos EUA após um só mandato em 1996, por causa da percepção de que teve um mau desempenho com relação à guerra da Bósnia.

Ban teve atritos com a Rússia por causa da independência de Kosovo em 2008, mas em geral evitou se indispor com os cinco países fixos do Conselho de Segurança.

Diplomatas e analistas dizem que Ban é especialmente sensível aos desejos dos EUA, o que teria causado descontentamento entre governos esquerdistas, especialmente na América Latina.

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Ban é conhecido por seu tom autocrítico e inglês imperfeito, mas analistas o veem como um trabalhador incansável e como um viajante inveterado. Apontam, no entanto, os poucos avanços em questões nas quais se empenhou, como a do aquecimento global e o combate à pobreza.

Mais notáveis foram a firmeza com que guiou a ONU na recente crise da Costa do Marfim e seu apoio à "Primavera Árabe" e os apelos pessoais para que os regimes autocráticos da região não usassem a força contra manifestantes.