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Palestinos exibem cartazes com foto do líder Mahmud Abbas durante comemoração em Naplusa, na Cisjordânia, no dia em que a ONU aprovou a Palestina como Estado observador | Alaa Badarneh/EFE
Palestinos exibem cartazes com foto do líder Mahmud Abbas durante comemoração em Naplusa, na Cisjordânia, no dia em que a ONU aprovou a Palestina como Estado observador| Foto: Alaa Badarneh/EFE

Reação

Primeiro-ministro de Israel diz que decisão não mudará nada

AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou ontem que a aprovação na ONU do status de "Estado observador não membro" da Palestina "não mudará nada no terreno" e advertiu que os palestinos não conseguirão nada desta forma.

"A decisão não vai fazer progredir a criação de um Estado palestino. Pelo contrário, vai afastar", disse Netanyahu em Jerusalém.

O chefe de Governo israelense fez a declaração poucas horas antes da Assembleia Geral conceder à Palestina.

"Estendemos nossa mão para a paz, mas não existirá um verdadeiro Estado palestino sem um reconhecimento do Estado de Israel como Estado do povo judeu", disse Netanyahu. Também não existirá "sem uma proclamação do fim do conflito, sem acordos de segurança reais que permitam proteger Israel e seus habitantes", completou.

"A única forma de conquistar a paz é por meio de negociações diretas sem condições prévias e não com uma declaração unilateral da ONU que não leva em consideração os imperativos de segurança de Israel", insistiu Netanyahu.

"Pouco importa a quantidade dos que votarão contra nosso país, nenhum poder no mundo pode me obrigar a fazer concessões sobre a segurança de Israel", concluiu Netanyahu.

Por maioria, a Assembleia Geral da ONU reconheceu ontem a Palestina como um Estado observador não membro. A decisão significa uma importante vitória política para os palestinos.

A resolução foi aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia Geral. Houve nove votos contrários e 41 abstenções.

O status de Estado observador, semelhante ao do Vaticano, não garante direito a voto e fica aquém do reconhecimento pleno, que transformaria a Palestina no 194.º membro da organização. Desde a entrada na ONU, em 1974, os palestinos eram representados pela Organização para Libertação da Palestina (OLP), que tinha o status de entidade observadora.

Pelo Direito Internacional, o reconhecimento de Estados não se dá na Organização das Nações Unidas (ONU), mas por outros países.

Perante as delegações, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou que "a janela de oportunidade" para a paz "está se fechando".

Ele afirmou que a mudança solicitada pelos palestinos ontem é a "única chance de salvar a solução dos dois Estados". Para Abbas, a operação realizada pelo Exército de Israel contra a Faixa de Gaza, há duas semanas, que matou quase 170 palestinos, é um "doloroso lembrete" de que a solução de dois Estados é "uma escolha muito difícil, se não impossível".

Muito aplaudido, ele disse ainda que não aceitará "nada além de uma Palestina independente", que viva ao lado de um Estado judeu. "Não acho que isso seja terrorismo."

O pedido não acontece por acaso. Ele marca o aniversário de 65 anos da resolução que estabeleceu a divisão da Palestina em um estado árabe e outro judeu. Os líderes judeus aceitaram e fundaram Israel. Mas a liderança árabe rejeitou o plano e declarou guerra, reivindicando toda a Palestina.

Logo após Abbas, o representante de Israel, Ron Prosor, tomou o palco e afirmou que a paz só pode ser alcançada por meio de negociações de paz, e não por meio de uma resolução na ONU. Ele ainda criticou Abbas por reivindicar liderança sobre um território que não controla – a Faixa de Gaza, dominada pelo movimento radical islâmico Hamas.

Prosor acusou os palestinos de não aceitarem a "mão estendida" de Israel para negociar um acordo de paz. "Essa resolução não serve para as negociações de paz com Israel, não diz nada sobre a segurança de Israel e não pede o fim do conflito". "A verdadeira negociação não é em Nova York, mas sim em Jerusalém e em Ramallah."

Paz

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu formalmente que dirigentes israelenses e palestinos "retomem o processo de paz", paralisado há dois anos. "O necessário, agora, é vontade política e é coragem", disse Ban durante discurso no Comitê sobre os Direitos Inalienáveis do Povo Palestino.

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