O parlamento da Venezuela, controlado pela oposição, abriu sua primeira sessão do ano com um novo líder, que adotou um tom desafiador em relação ao presidente Nicolás Maduro. Em seu primeiro ato, a Assembleia Nacional nomeou neste sábado Juan Guaidó, de 35 anos, como seu novo presidente. Ele assume um parlamento despojado de poder por Maduro, cujo governo é acusado de levar a nação outrora rica a uma crise política e humanitária.
A Assembleia Nacional declarou a ilegitimidade de Maduro poucos dias antes do início de seu segundo mandato, enquanto a pressão internacional se intensifica para que sejam convocadas novamente eleições no país sul-americano.
A rejeição de Maduro foi anunciada por Guaidó, que ratificou, no início da nova sessão, o repúdio do órgão legislativo às eleições presidenciais de maio passado, nas quais o governante de esquerda se reelegeu, e disse que, a partir de 10 de janeiro, quando um novo mandato presidencial começar, Maduro estará “usurpando” a presidência.
Em seu discurso, Guaidó disse que a Venezuela está vivendo um momento sombrio, mas transitório, de sua história. Ele afirmou ainda que a Assembleia Nacional assumirá, entre suas primeiras ações, a criação de um órgão de transição para restituir a ordem constitucional e renovar e designar o que ele chamou de “poderes usurpados”, mas não deu detalhes.
A instalação da nova presidência do parlamento ocorre um dia depois do duro pronunciamento do Grupo de Lima, que inclui 14 países da região, que pediram a Maduro que não assuma o segundo mandato em 10 de janeiro e que transfira o poder para a Assembleia Nacional até que novas eleições sejam convocadas.
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