Washington (Reuters) Lewis Libby, o chefe de gabinete do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, foi indiciado ontem pelos crimes de obstrução de Justiça, perjúrio e por dar declarações falsas após dois anos de uma investigação sobre o vazamento do nome da agente secreta Valerie Plame, da agência de inteligência do país (CIA). Libby renunciou ao cargo minutos depois de a denúncia ter sido entregue a uma corte federal em Washington.
O principal articulador político do presidente George W. Bush, Karl Rove, não foi indiciado junto com Libby, como se previa. Mas o promotor Patrick Fitzgerald deixou claro para Rove que ele continuava sob investigação e sob a ameaça de ser alvo de um processo, disseram advogados. O indiciamento de Libby atinge um governo já desgastado devido a uma série de fatores, entre eles a demora na resposta ao furacão Katrina, a persistente violência da guerra no Iraque e a indicação, feita por Bush e depois retirada, de Harriet Miers para membro da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Se for considerado culpado, Libby, de 55 anos, pode ser condenado a até 30 anos de prisão e a uma multa de US$ 1,25 milhão.
Ele é acusado de cometer perjúrio ao testemunhar diante de um grande júri nos dias 5 e 24 de março de 2004, de obstruir a Justiça ao tentar dificultar as investigações realizadas pelo grande júri e de ter mentido a agentes do FBI (polícia federal) nos depoimentos de 14 de outubro de 2003 e 26 de novembro de 2003, arespeito de quando e de como recebeu e repassou para repórteres informações sobre a agente secreta Valerie Plame.
A identidade de Plame chegou aos meios de comunicação depois de o marido dela, o diplomata Joseph Wilson, ter acusado o governo Bush de adulterar relatórios sobre o Iraque no pré-guerra a fim de justificar uma ação militar. Wilson disse que o vazamento de identidade foi feito de propósito para erodir sua credibilidade. Como assessor de Cheney, Libby foi um dos principais articulares das manobras que levaram os EUA a invadir o Iraque.
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