Um grande júri federal apresentou nesta sexta-feira as primeiras acusações em uma investigação de dois anos sobre o vazamento da identidade de uma agente da CIA (agência secreta americana). Lewis Libby, chefe de gabinete do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, foi indiciado em cinco acusações, de falso testemunho ou perjúrio (dois casos), falsas declarações (dois casos) e obstrução da Justiça (um caso), informou a rede CNN. Patrick Fitzgerald entregou, em uma audiência, a um juiz federal os documentos referentes ao primeiro indiciamento produzido pelas investigações que abalam a Casa Branca.

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Após o indiciamento, Libby, conhecido como "Scooter" e um dos arquitetos da invasão do Iraque, renunciou ao cargo. Se for condenado nos cinco casos, Libby pode ser condenado a até 30 anos de prisão.

O escândalo que sacudiu o sistema político de Washington está ligado à agente secreta Valerie Plame, cuja identidade foi revelada em 2003.

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O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, disse nesta sexta-feira que seu ex-chefe de gabinete Lewis Libby é presumivelmente inocente até que o contrário seja decidido por um júri. Em nota escrita, Cheney disse que aceitou com profundo pesar a renúncia de Libby.

- No nosso sistema de governo um acusado é presumivelmente inocente até que o contrário seja decidido por um júri, depois de ter a oportunidade de responder às acusações e com a exposição dos fatos. Libby tem direito a essa oportunidade - disse.

Cheney afirmou que Libby é "um dos indivíduos mais capazes e talentosos que conheci" e disse que ele renunciou para poder lutar contra as acusações feitas a ele.

- Pelo fato de que se trata de um procedimento legal pendente e para ser justo com todos os envolvidos, seria inapropriado que eu comentasse as acusações ou qualquer fato relacionado com os procedimentos - acrescentou.

A identificação pública de um agente da CIA é penalizada pela Justiça e segundo as denúncias, sua revelação foi uma represália contra o marido de Valerie, o diplomata Joseph Wilson, que acusou o governo do presidente George W. Bush de manipular informação para justificar a invasão do Iraque.

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De acordo com advogados envolvidos no caso, Libby ouviu pela primeira vez o nome de Plame em uma conversa com Cheney, semanas antes de antes de a identidade dela ser revelada. Segundo fontes, anotações da conversa, ocorrida em junho de 2003, podem colocar pôr terra a versão de Libby de que ele soube da identidade de Plame por meio de jornalistas.

Segundo o jornal "New York Times", advogados envolvidos no caso disseram que as anotações mostrariam que Cheney soube que Plame trabalhava para a CIA mais de um mês antes da identidade dela vazar para a imprensa. A identidade da agente secretou tornou-se pública depois que seu marido, o diplomata Joseph Wilson, acusou o governo Bush de distorcer relatórios de inteligência sobre o Iraque.

No entanto, segundo o jornal, as anotações não sugerem que Cheney ou Libby soubessem na época que a identidade dela era secreta. A revelação da identidade de um agente pode ser crime nos EUA, mas só se a pessoa que a revelar souber que ela deveria ser mantida em segredo.

Não seria ilegal se Cheney ou Libby discutissem sobre uma agente da CIA ou sobre a ligação dela com um crítico do governo. Mas qualquer esforço de Libby para impedir que investigadores soubessem de sua conversa com Cheney poderia ser considerado pelo promotor especial Patrick Fitzgerald obstrução ilegal a seu trabalho.

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