A influente Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), principal grupo pró armas dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira que a defesa própria "é um direito humano fundamental" e acusou o governo de "explorar" a morte do jovem Trayvon Martin, na Flórida, em 2012, para impulsionar o controle das armas.
O diretor-executivo do Instituto de Ação Legislativa da NRA, Chris W. Cox, reforçou hoje as declarações dadas ontem pelo procurador-geral dos EUA, Eric Holder, em Orlando, nas quais questionou as leis estatais que contribuem para aumentar e não a diminuir a violência armada no país.
Em seu discurso perante a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), Holder afirmou que, independentemente do caso na Flórida, "é hora de questionar leis que expandem o conceito de defesa e criam perigosos conflitos" com os estados vizinhos.
Holder deu esse discurso depois do veredicto, no sábado passado, que absolveu as acusações de assassinato em segundo grau e homicídio sobre George Zimmerman, o ex-vigilante comunitário acusado de matar o jovem negro desarmado Trayvon Martin, em fevereiro de 2012.
Porén, em uma declaração escrita enviada à Agência Efe, Cox atacou a postura de Holder e acusou o governo de Obama de "explorar" a morte do jovem para impulsionar o controle das armas nos EUA.
"O procurador-geral não consegue entender que a autodefesa não é um conceito, é um direito fundamental", disse Cox.
Isso "demonstra mais uma vez que esta Administração explorará as tragédias para impulsionar sua agenda política", especificou Cox.
A defesa de Zimmerman não se apoiou na lei estatal da Flórida colocada em questão por Holder, conhecida em inglês como "Stand Your Ground" ("Defende sua posição") e promulgada pelo então governador republicano Jeb Bush em 2005.
No entanto, a defesa convenceu um júri de seis mulheres que Zimmerman atuou em defesa própria, pois Martin o tinha atacado primeiro.
A promotoria, por sua parte, argumentou que Zimmerman amedrontou Martin ao persegui-lo com sua arma até provocar um confronto que terminou com a morte do jovem de 17 anos.
Sua morte instigou o debate nacional sobre as relações raciais nos EUA, a aplicação da Justiça e a utilidade de leis que permitem o uso de força letal em defesa própria.
No domingo passado, ao fazer um pedido pelo fim da violência causada pelas armas, o presidente Barack Obama também pediu aos americanos que entendam que estão tomando providências para "ampliar o círculo de compaixão e entendimento" nas comunidades.
Deixe sua opinião