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Eleições

Associated Press conta votos da Venezuela e lança dúvida sobre resultado oficial

María Corina Machado e Edmundo González participam de protesto contra fraude eleitoral nas ruas de Caracas, Venezuela, no dia 30 de julho de 2024.
María Corina Machado e Edmundo González participam de protesto contra fraude eleitoral nas ruas de Caracas, Venezuela, no dia 30 de julho de 2024. (Foto: EFE/ Ronald Peña R.)

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A agência de notícias Associated Press (AP) processou mais de 24 mil imagens das atas de seções eleitorais da Venezuela, referentes às eleições presidenciais do mês passado, e concluiu que Edmundo González, principal candidato da oposição ao ditador bolivariano Nicolás Maduro, “ganhou uma quantidade significativamente maior de votos nas eleições de domingo [28 de julho] do que o governo alegou, lançando sérias dúvidas contra a declaração oficial de vitória" de Maduro.

As atas foram publicadas por María Corina Machado, política de oposição que foi impedida pela ditadura de concorrer à presidência. Para driblar as constantes tentativas do regime de barrar candidatos alinhados com Machado, seu partido (Plataforma Unitária Democrática, PUD) nomeou González de última hora.

As atas compreendem os resultados de 79% das urnas e permitiram que a AP tabulasse 10,26 milhões de votos.

Pelos cálculos da agência, González ganhou 6,89 milhões de votos, são quase 500 mil a mais do que a autoridade eleitoral aparelhada pela ditadura alega que Maduro obteve. Nessas 24.532 atas, o ditador recebeu 3,13 milhões de votos.

A autoridade, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), afirmou que Maduro recebeu 6,4 milhões de votos e González 5,3 milhões com 96,87% das urnas apuradas.

A AP disse que conseguiu recuperar informações de 96% das atas publicadas, o restante das imagens estavam com uma qualidade ruim demais para serem processadas. Há muito tempo as atas são consideradas as principais provas de autenticidade nas eleições venezuelanas. A agência afirmou que apenas processou as imagens e não tem como confirmar sua autenticidade independentemente.

O regime bolivariano escalou a violência contra os opositores após a publicação dos indícios de fraude eleitoral. A sede do PUD foi atacada em uma madrugada e suas paredes foram manchadas com tinta preta. Os vândalos arrombaram portas e também furtaram documentos e equipamento de valor. Opositores têm sido presos.

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