A análise de uma estrela a 1.500 anos-luz de distância do Sistema Solar vem intrigando astrônomos e gerando uma série de teorias. Uma delas, em especial, se destaca por apontar uma suposta obra de engenharia altamente tecnológica feita por alienígenas -- e ela é apoiada por cientistas renomados, como conta reportagem do jornal norte-americano Washington Post.
Ao analisar o sistema espacial onde se encontra a estrela batizada de KIC 8462852 -- que teria a função semelhante à do nosso Sol --, em busca de planetas, os astrônomos observaram interrupções na sua emissão de luz. Porém, esses “apagões” fogem do padrão comum, como quando um planeta passa na frente do astro e causa uma leve obstrução.
A astrônoma Tabetha Boyajian, da Universidade Yale, uma das pesquisadoras dos dados enviados pelo espacial de Kepler, aponta que em pelo menos dois momentos houve redução drástica na emissão luminosa: na ordem de 15% e 22%. A passagem de um planeta na frente do astro reduziria apenas 1% essa luminosidade.
Para tentar descobrir o que está ocorrendo, segundo o Washington Post, Tabetha recorreu à ajuda do astrônomo Jason Wright, pesquisador da Penn State University. “Nós estávamos coçando a cabeça. Para toda ideia que surgia, havia sempre algo para contra-argumentar”, relatou Tabetha.
A partir do encontro, grupos chefiados pelos cientistas passaram a discutir hipóteses que tenham levado a estas obstruções. Um documento com possíveis explicações foi registrado na Royals Astronomical Society.
Segundo o Washington Post, com base em observações de estrelas relativamente próximas a KIC 8462852, descartou-se a possibilidade de falha no equipamento. Também não era algo inerente à estrela, já que pela idade ela deveria ser “estável” em relação à variação de luz.
Uma das explicações mais plausíveis é a de que um cometa tenha se fragmentado e espalhado detritos em um grande volume de espaço -- embora pequenos, ao se aproximar da estrela estes pedaços podem ter evaporado formando uma nuvem que bloqueou a passagem da luz.
Apesar das análises mais céticas (em relação à vida inteligente fora da Terra), uma hipótese curiosa foi levantada pelos pesquisadores: a de que uma civilização avançada tenha construído uma megaestrutura. Eles se baseiam na aposta de que tal civilização teria capacidade de aproveitar a energia de seu sol.
Para Tabetha e Wright, esta grande obra de engenharia alien seria algo como a esfera Dyson, proposta pela primeira vez pelo físico Freeman Dyson. Seria uma megaestrutura orbitando ou envolvendo uma estrela, capaz de capturar sua energia para o uso em algum planeta.
Uma esfera Dyson nunca foi visto na vida real, obviamente, mas, de acordo com o jornal norte-americano, seria parecida com uma bola de metal em torno do sol e teria provavelmente uma cadeia de satélites menores ou habitats espaciais -- algo que iria bloquear a luz da sua estrela, da forma que se observou na KIC 8462852.
Apesar do furor causado pela afirmação, uma comprovação científica será muito difícil, sobretudo pelo fato de o telescópio Kepler não monitorar mais esta região do espaço.
Com isso, a esperança dos cientistas se concentra na possibilidade de captar ondas de rádio que eventualmente são emitidas por tamanha obra espacial. Enquanto isso, resta aos astrônomos a dúvida.
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