O ataque que culminou na morte do líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi uma "operação de inteligência conjunta e altamente sensível" conduzida por forças dos Estados Unidos e do Paquistão, de acordo com um oficial paquistanês. O ataque ocorreu na cidade paquistanesa de Abbottabad, a cerca de 60 quilômetros da capital, Islamabad.
Segundo anúncio feito nesta madrugada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, a operação militar foi realizada depois que as forças norte-americanas descobriram a localização de Bin Laden. Obama disse que havia ordenado o ataque depois que se tornou claro, na semana passada, que havia informações suficientes, em seguida ao surgimento de uma pista sobre o paradeiro de Bin Laden em agosto do ano passado.
No discurso, o presidente dos EUA afirmou que o corpo de Bin Laden estava em poder das forças norte-americanas. Mais tarde, um oficial militar dos EUA disse que o corpo do terrorista mais procurado do mundo deveria ser tratado conforme a tradição islâmica. Isso significa o sepultamento dentro de 24 horas. Como seria muito difícil encontrar um país que aceitasse receber os restos mortais de Bin Laden, o oficial disse que os EUA decidiram sepultá-lo no mar.
Marco
A morte do líder terrorista coroa uma década de caçada humana, iniciada logo após os ataques de 11 de setembro de 2001, que deixaram 3 mil mortes e alteraram dramaticamente a política externa dos EUA e a noção de segurança do país. A morte de Bin Laden é um marco importante para os EUA, mas seus efeitos específicos sobre a luta contra o terrorismo não estão claros. Embora seja o líder inspirador da Al-Qaeda e de suas células ao redor do mundo, ele não é considerado um líder operacional da organização. As ações terroristas são cada vez mais realizadas pelas células da organização.
Por ter sido tão difícil a captura do líder terrorista, sua morte também é uma conquista significativa para o presidente Obama, que procurou expandir agressivamente os ataques dos aviões não tripulados ("Predator") no Paquistão e pressionou pela expansão dos treinamentos em operações especiais naquele país. Isso também fornece um reforço político para o presidente num momento em que ele é pressionado sobre como fará a redução das tropas no Afeganistão, programada para começar em meados deste ano.
Reação
O Departamento de Estado dos EUA emitiu um alerta global para os cidadãos norte-americanos, dizendo que poderia haver a irrupção de violência antiamericana em reação à morte de Bin Laden. "Os cidadãos dos EUA em áreas onde os eventos recentes podem provocar violência antiamericana são fortemente aconselhados a limitar suas viagens para fora de casas e hotéis e evitar agrupamentos e manifestações em massa", diz um comunicado do Departamento.
Depois da divulgação da notícia da morte de Bin Laden, o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, convocou uma reunião de emergência e a segurança em torno de Islamabad foi reforçada.
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