Sderot, Israel - Ataques israelenses deixaram pelo menos 30 mortos e 55 feridos ontem em uma escola das Nações Unidas na Faixa de Gaza. Médicos de Gaza dizem ter contado 42 mortos. Foi o pior incidente em 11 dias de ofensiva contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em meio ao avanço da incursão israelense em Gaza.
Segundo a ONU, 350 civis haviam se refugiado da violência na escola Al Fakhora, mantida pela organização no campo de refugiados de Jabalya, no norte de Gaza, e foram surpreendidos pelos israelenses.
O Exército de Israel afirmou que os ataques foram desferidos em reação a disparos feitos da escola por militantes do Hamas, que estariam usando civis como "escudos humanos. Disse também que dois responsáveis por unidades de disparo de morteiros do Hamas estavam entres os mortos. Moradores de Gaza citados pela agência Associated Press confirmaram que os fundamentalistas usaram a área da escola como base para ataques.
John Ging, diretor de operações da UNRWA, agência da ONU para os refugiados palestinos, disse que a região da escola foi local de combates entre milicianos do Hamas e soldados israelenses: "Há intensa atividade de militares e milicianos naquela área. Ele afirmou que triagem feita pela ONU impede a entrada de milicianos do Hamas na escola e que Israel recebeu da entidade as coordenadas do local. "Era inevitável um alto número de mortos se bombas atingissem a área, completou. "Não há lugar seguro em Gaza. Todos aqui estão aterrorizados e traumatizados.
O incidente deve aumentar a pressão internacional para que Israel suspenda a ofensiva contra o Hamas. Fontes palestinas estimam que pelo menos 660 pessoas já morreram nos ataques israelenses. No lado de Israel há dez mortos, sendo sete soldados em combate e três civis, vítimas de foguetes disparados por extremistas de Gaza.
Riscos
O bombardeio à escola de Jabalya ilustra a entrada da operação militar israelense em uma etapa de perigos crescentes, tanto para a população civil de Gaza como para seus próprios soldados. Após dois dias de incursão terrestre em que ocupou áreas abertas, cercou as cidades e dividiu o território para impedir a movimentação de armas, as forças de Israel entram no imprevisível estágio dos confrontos urbanos.
Apesar dos riscos, Israel amplia a ofensiva e analistas afirmam que só a incursão terrestre é capaz de garantir que os objetivos da operação sejam alcançados: matar ou capturar o maior número possível de militantes do Hamas e destruir sua capacidade de lançar foguetes.
Ainda assim, o território de Israel voltou a ser atingido ontem por pelo menos 34 foguetes disparados de Gaza. Um deles atingiu pela primeira vez a cidade de Guedera, a cerca de 40 quilômetros de Tel Aviv.