O ataque contra o prédio da segurança nacional em Damasco - que matou o cunhado e o ministro da Defesa do presidente sírio, Bashar al-Assad, nesta quarta-feira - deve enfraquecer a base de apoio ao regime e estimular mais deserções, mas não deve significar ainda a queda do governo, segundo o analista de relações do Oriente Médio Gala Riani, da consultoria Control Risks.
"Esse ataque é, de um certo ponto de vista, o mais bem-sucedido contra o regime de Assad que já aconteceu", afirma Riani. "Acho que os próximos dias irão ser cruciais para sinalizar que caminho o conflito irá seguir. Podemos esperar que a situação continue se deteriorando, mas acho que será necessário mais do que isso para derrubar o regime de Assad", diz o especialista.
O Exército Livre da Síria (FSA, na sigla em inglês) e o grupo islamista paramilitar Liwa al-Islam, assumiram a responsabilidade pelo ataque.
Aparentemente, um suicida disfarçado de segurança detonou os explosivos em uma das sedes do governo, em Damasco, no quarto dia de confrontos entre forças da oposição e do governo na capital da Síria.
Segundo Anthony Skinner, consultor da Maplecroft, o ataque dos militantes envia uma mensagem de que os funcionários de alto escalão do governo sírio também estão vulneráveis aos conflitos que ocorrem no país. "Isso manda uma mensagem clara de que ministros não estão a salvo e deve enfraquecer a base de apoio do governo", diz o especialista. "Esses são acontecimentos significantes, mas eu acredito que a ofensiva será vingada. O ataque também deve dar ao FSA um reforço e estimular mais deserções de alto escalão."
Para Skinner, isso pode acelerar a queda do regime. Já Rime Allaf, um analista do centro de estudos Chatham House, disse à rede americana CNN que o "regime sírio está se despedaçando".
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