Separatistas pró-Rússia denunciaram neste sábado (15) a morte de ao menos cinco civis, entre eles duas crianças, em um ataque realizado nesta sexta-feira (14) pelas forças armadas da Ucrânia contra o reduto rebelde de Gorlovka, na região leste de Donetsk.
"Como resultado da operação, civis morreram um menino de 4 anos e uma menina de 9", informou o comando militar da autoproclamada república popular de Donetsk em comunicado. Além disso, cerca de 20 pessoas ficaram feridas pelos estilhaços, algumas delas com gravidade, como os pais das crianças mortas.
Um dos mísseis supostamente disparados pelas forças pró-Kiev caiu em uma escola, mas não chegou a explodir e simplesmente fez um buraco em uma das paredes do edifício. Segundo os separatistas, as forças governamentais utilizam as temidas plataformas de lançamento de mísseis Grad para atacar Gorlovka, um dos principais redutos rebeldes em Donetsk desde o início do confronto armado com Kiev, em abril. Aparentemente, segundo a agência oficial russa "RIA Novosti", os observadores da OSCE estavam na região quando aconteceu o ataque.
O Ministério das Relações Exteriores russo e os separatistas acusaram nesta semana a OSCE de parcialidade ao denunciar a entrada de comboios militares procedentes da Rússia, mas fechar os ouvidos ao bombardeio de regiões povoadas por parte das forças leais a Kiev.
Vítimas Militares
Por sua vez, o comando militar ucraniano informou também neste sábado sobre a morte de sete soldados em combates com as milícias pró-Rússia nas últimas 24 horas. Com isso, teria chegado a 20 o número de baixas que sofreu desde as eleições separatistas de 2 de novembro.
O cessar-fogo declarado em 5 de setembro nunca chegou a ser respeitado em sua totalidade, mas os confrontos eram esporádicos até as citadas eleições, condenadas por Kiev e pelo Ocidente.
Agora, a Ucrânia reconhece que está se preparando para repelir uma ofensiva rebelde durante o inverno, reagrupou suas forças nas regiões de Donetsk e Lugansk, e mobilizou seus reservistas. Mais de 4.000 pessoas morreram desde o início da guerra, em abril.
A crise ucraniana é um dos temas debatidos na reunião do G20, que ocorre neste fim de semana na cidade australiana de Brisbane.