Ataques aéreos de helicópteros de uma aliança liderada pela Arábia Saudita mataram 25 civis em uma vila iemenita neste domingo, de acordo com residentes e equipes médicas no local, segundo as quais a maioria das vítimas eram mulheres e crianças.
EUA e aliados promovem 23 ataques aéreos na Síria e no Iraque
Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos promoveu 20 ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque e outros três contra o grupo na Síria no sábado, de acordo com um comunicado divulgado neste domingo pela Força-Tarefa Conjunta Combinada.
No Iraque, a coalizão promoveu cinco ataques perto da cidade de Hit, onde destruiu uma unidade de fabricação de carros-bomba, uma unidade de comando e controle e uma das sedes do Estado Islâmico. Outros ataques aéreos ocorreram no país, de acordo com o comunicado. Na Síria, os ataques atingiram e destruíram alvos perto de Al Hasakah, Abu Kamal e Mar’a.
Em um comunicado separado divulgado mais tarde, a coalizão disse que também conduziu ataques aéreos no Iraque perto de Kubaysah, onde atingiu partes de uma fábrica de cimento supostamente usada pelo Estado Islâmico para contruir foguetes, equipamentos e armas.
Os ataques perto de Hit e Kubaysah fazem parte de uma estratégia de combater a capacidade do Estado Islâmico de produzir explosivos improvisados e de se preparar para ataques, que irão dar “as condições em Anbar para uma eventual libertação da província pelas Forças de Segurança Iraquianas”, disse o coronel Christopher Garver, diretor de relações públicas da força-tarefa, em comunicado.
Paralelamente, o presidente francês, François Hollande, disse a jornalistas nas Nações Unidas que seu país destruiu um campo de treinamento do Estado Islâmico na Síria neste domingo.
“As pessoas deixavam suas casas enquanto os helicópteros foram atrás, eles cometeram um massacre por nenhuma razão”, disse à Reuters um morador chamado Khaled por telefone.
O incidente na vila de Bani Zela, na fronteira com a Arábia Saudita no Mar Vermelho, acontece um dia após o reino saudita anunciar que três de seus oficiais, incluindo um general, haviam sido mortos na fronteira.
Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita tem combatido a milícia Houthi, aliada ao Irã, no Iêmen há seis meses, tentando expulsar o grupo da capital Sanaa e restaurar o mandato do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi.
A campanha já levou a inúmeros assassinatos em massa de civis, incluindo 36 pessoas em uma fábrica de engarrafamento de água em agosto, e outros 25 em uma fábrica de leite em abril.
O ataque em Bani Zela pode sinalizar um aumento na intensidade do combate na fronteira. O alvo dos ataques não estava claro e um porta-voz da aliança não foi encontrado imediatamente para comentar o assunto.
Relações Exteriores
Enquanto isso, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, discute a crise na Síria e no Iêmen com Javad Zarif, ministro de Relações Exteriores do Irã, informou o Departamento de Estado dos EUA.
O porta-voz de Kerry afirmou que as duas autoridades se encontraram pela primeira vez desde que o Irã, o EUA e mais cinco potências assinaram um acordo nuclear em Viena, em julho.
Kerry e Zarif discutiram a implementação do acordo nuclear, informou o porta-voz.
“O Secretário também falou sobre nossas preocupações sobre a crise que ocorre no Iêmen e na Síria”, disse o porta-voz. Kerry também “transmitiu a urgência de ver nossos cidadãos norte-americanos que estão presos e desaparecidos voltarem para suas casas famílias”.
Antes da reunião, Kerry não afirmou que iria discutir a situação da Síria com Zarif. Entretanto, ele disse que vê os próximos dias, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), como um momento fundamental para pressionar por uma solução diplomática para os conflitos na região.
“Eu vejo esta semana como uma grande oportunidade para um grande número de países terem um importante papel em tentar resolver algumas das questões mais difíceis do Oriente Médio”, declarou Kerry.
“Nós precisamos chegar à paz na Síria e no Iêmen, e eu acredito que existam oportunidades para isso nesta semana, através dessas discussões, para fazer algum progresso”, acrescentou.
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