Um ataque ao Irã poderia ser "muito desestabilizador" e com consequências inesperadas para o Oriente Médio, disse na quinta-feira o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o almirante Mike Mullen, alertando que é crucial usar de diplomacia com Teerã.
De acordo com ele, o Irã parece estar "num caminho que tem a intenção estratégica de desenvolver armas nucleares, e já está nele há algum tempo".
"Acho que o resultado é potencialmente muito desestabilizador (...). Por outro lado, com relação a atacar o Irã, especificamente, isso também tem um resultado muitíssimo desestabilizador", acrescentou ele num evento do Instituto para a Política do Oriente Próximo, em Washington.
Mullen se disse preocupado com as "consequências indesejadas" de ambos os cenários, acrescentando que "aquela parte do mundo pode ficar muito mais instável, o que é um resultado global perigoso".
"Uma das coisas que acho importantes demais é que continuemos as conversas internacionalmente, diplomaticamente e politicamente - não só 'nós', os Estados Unidos, mas a comunidade internacional -, que continuemos a focar nisso para evitar esses dois resultados".
O Irã nega a intenção de desenvolver armas nucleares, embora já tenha sofrido três rodadas de sanções da ONU por causa da sua recusa em suspender as atividades de enriquecimento de urânio.
Os EUA e seus aliados defendem uma quarta rodada de sanções, mas Rússia e China, que têm poder de veto na ONU, relutam.
Revertendo a política de seu antecessor, George W. Bush, o governo de Barack Obama tem demonstrado mais abertura para um diálogo com o Irã.