Iraniano critica pena de morte dos EUA
AFP
Teerã - O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad denunciou ontem o "silêncio da mídia" sobre Teresa Lewis, uma americana deficiente mental que será executada por ter participado no assassinato de seu marido, e comparou sua situação com a da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani.
O caso de Ashtiani, uma iraniana de 43 anos condenada em 2006 a morrer apedrejada por uma acusação de adultério e participação no assassinato de seu marido por um de seus amantes, chama a atenção da imprensa em todo mundo. "Uma mulher está sendo executada nos Estados Unidos e ninguém protesta", afirmou Ahmadinejad em reunião com islâmicos nos EUA.
Teresa Lewis deve ser executada na quinta-feira, em Virgínia (sudeste), por ter ajudado seu amante a matar o marido e o filho dele. Seus advogados afirmam que Lewis, deficiente mental, foi manipulada pelo assassino, que foi condenado à morte, mas se suicidou na prisão.
"Ninguém protesta contra a execução de Lewis", afirmou Ahmadinejad, que assegura que nos Estados Unidos 53 mulheres esperam pela execução.
Nova York - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, falou ontem com a imprensa americana e disse que um ataque contra a infraestrutura nuclear de seu país daria início a uma guerra "sem limites". Durante um encontro com editores e proprietários da mídia americana em Nova York, Ahmadinejad sugeriu ainda que o Holocausto foi exagerado "como um pretexto para a guerra". "Os Estados Unidos não entendem como é a guerra. Quando uma guerra começa, não há limites", afirmou o presidente iraniano, respondendo a um repórter que indagou sua reação a um eventual ataque israelense apoiado pelos EUA contra instalações nucleares.
"Os EUA nunca entraram em uma guerra séria, e nunca foram vitoriosos", indicou Ahmadinejad, citado pela edição online da revista Atlantic. Os poderes ocidentais acusam o Irã de tentar fabricar uma bomba atômica, mas Ahmadinejad nega.
Ele está em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU e de uma cúpula contra a pobreza e a fome, também das Nações Unidas. Ele afirmou ainda estar pronto para discutir a questão nuclear com o presidente americano, Barack Obama, mas ressaltou que "a perspectiva toda precisa mudar", segundo a ABC News.
O presidente iraniano negou que o movimento de oposição no Irã esteja sendo perseguido. "Aqueles indivíduos não têm problemas ou dificuldades", declarou. "São todos livres de fato."
Gafe
Ahmadinejad também fez um discurso na cúpula da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, no qual culpou o capitalismo pelos males do mundo mas ninguém, à exceção do próprio presidente iraniano e de sua delegação, parece ter realmente entendido o que ele dizia. Ahmadinejad interrompeu sua fala por um minuto para reclamar da tradução simultânea.
O discurso foi retomado, mas no fim os intérpretes da ONU admitiram que não estavam acompanhando o que o presidente iraniano dizia, apenas "lendo um texto traduzido" de sua fala.
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