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Violência

Ataque com míssil mata 3 no Paquistão; atentado deixa 10 mortos

Um ataque com míssil, aparentemente realizado por um avião não tripulado dos Estados Unidos, matou três supostos militantes no Paquistão, segundo funcionários do setor de inteligência. A ação ocorreu perto da área tribal perto da fronteira afegã, em mais um dia violento no país.

Foi o terceiro ataque do tipo nas últimas 24 horas na área do Waziristão do Norte, controlada por um líder militante que já planejou ataques contra as tropas de coalizão internacional no Afeganistão. Os funcionários disseram que o avião disparou três mísseis em uma casa na área de Pai Khel, no Waziristão do Norte, nesta sexta-feira, matando os três supostos militantes e ferindo outros dois. As fontes pediram anonimato, pois não estavam autorizadas a falar para a imprensa.

Em outro violento incidente, um suicida explodiu um carro cheio de explosivos perto de uma mesquita, no noroeste do país, matando dez pessoas. É o mais recente ataque atribuído a militantes do Taleban, que lançaram uma ofensiva contra o governo. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, que deixou 25 feridos na região de Lower Dir.

O atentado ocorre em um momento de aumento da pressão sobre altos funcionários paquistaneses que enfrentam acusações de corrupção. A Suprema Corte decidiu nesta semana que essas autoridades não possuem mais uma anistia, decretada na época do governo do ex-presidente Pervez Musharraf. A duradoura instabilidade política ameaça atrapalhar o governo em seu combate aos militantes.

O Taleban ampliou sua violenta campanha desde que os militares do Paquistão lançaram uma grande ofensiva, no meio de outubro, no Waziristão do Sul, uma área tribal onde há muitos militantes. O ataque desta sexta-feira foi o segundo em duas semanas contra uma mesquita utilizada pelas forças de segurança paquistanesas.

A maioria dos mortos no ataque na região de Lower Dir era formada por policiais, que deixavam a mesquita após as orações de sexta-feira, segundo o chefe de polícia da área, Feroze Khan. A explosão também feriu 28 pessoas, a maioria policiais, segundo um funcionário de um hospital local, Ghulam Mohammed. Até o momento, nenhum grupo reivindicou o ataque, mas o Taleban já realizou ações similares pelo país.

Lower Dir fica perto do Vale do Swat, onde soldados lutaram contra o Taleban mais cedo neste ano. Apesar disso, prosseguem os ataques esporádicos na área.

Apesar da onda de violência, que matou mais de 500 pessoas nos últimos dois meses, os militares paquistaneses prometem continuar com a ofensiva no Waziristão do Sul para dominar os militantes, que ameaçam a estabilidade do governo e do próprio país.

O governo impediu que o ministro da Defesa, Ahmed Mukhtar, viajasse para o exterior. Em entrevista a uma televisão local, na noite de quinta-feira, Mukhtar afirmou que faria uma visita oficial à China, mas seu nome foi colocado em uma "lista de controle de saída".

A informação vem a público no momento em que a Suprema Corte decidiu, na quarta-feira, anular um decreto protegendo políticos de acusações antigas por corrupção. Entre os que perderam essa proteção está o presidente Asif Ali Zardari, que mantém, apesar disso, sua imunidade presidencial.

A proibição de viagens foi pedida pelo principal órgão de combate à corrupção do país contra 253 pessoas. A decisão da Suprema Corte abalou o governo apoiado pelos Estados Unidos, com a oposição exigindo a rápida renúncia de Zardari e todo seu gabinete.

Mukhtar disse à emissora local Geo que iria ficar três dias na China para discutir a entrega de uma fragata. Quando chegou ao aeroporto, porém, ficou sabendo que a delegação teria que partir sem ele.

"Eu foi informado de que meu nome está na lista de saída.. autoridades de investigação federal disseram que eu não posso deixar o país", contou. "Foi por conexão com um caso de corrupção. Mas não há caso de corrupção contra mim - há apenas um inquérito aberto contra mim nos últimos 12 anos", explicou, completando que se defenderá nos tribunais.

O Escritório Nacional de Prestação de Contas afirmou que instruiu o Ministério do Interior a colocar o nome de 253 pessoas na lista de controle de saída do país. Segundo um porta-voz do órgão, há na lista políticos, burocratas, ex-oficiais militares e alguns diplomatas.

O nome de Zardari foi removido da lista, pois ele tem imunidade pelo fato de ser presidente. Porém uma alta fonte do governo afirmou, pedindo anonimato, que o ministro do Interior, Rehman Malik, estava na lista.

A decisão da Suprema Corte de banir a anistia foi saudada por muitos paquistaneses, que viam a anistia como um lei imoral que limpava os crimes da elite. A lei foi introduzida como parte de um acordo, apoiado pelos Estados Unidos, para permitir que a esposa de Zardari, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, pudesse voltar de seus exílio auto imposto em 2007 e participar das eleições com a segurança de que estaria imune a antigas acusações que, segundo ela, tiveram motivação política.

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