Dois ataques a bomba em Aleppo, a cidade mais populosa da Síria, mataram ao menos 28 e feriram outros 275 ontem. Os alvos foram um edifício militar e uma base das forças de segurança.
Esse é o incidente mais violento a atingir o entreposto comercial desde o início dos levantes contra o ditador Bashar Assad, há 11 meses. A televisão estatal da Síria exibiu imagens de corpos desmembrados diante das construções atingidas. "Desculpas por mostrar essas imagens, mas esse é o terrorismo que está nos atingindo", afirma um repórter.
Um comandante do Exército Livre Sírio assumiu a autoria do ataque. Um porta-voz rebelde, porém, negou a participação do grupo e afirmou que, encenado pelo governo, o ato serve para desacreditar a insurgência.
A situação no país continua conflituosa, conforme Homs segue sitiada e sob ataque pesado do governo. Segundo ativistas, mais de 300 morreram ali durante a última semana.
A comunidade internacional vem, há meses, condenando a situação na Síria. Porém, ainda não há consenso de como e se intervir.
Apoiado pela Rússia, Assad tem ignorado os apelos de EUA, Turquia, União Europeia e Liga Árabe para que deixe de reprimir os levantes no país e abandone o cargo. Ministros do Exterior árabes devem se reunir depois de amanhã no Cairo para discutir a proposta de uma nova missão de observadores. Os enviados anteriores foram retirados em janeiro, devido à violência.
A Rússia insiste que não deve haver intervenção. O veto do país, ao lado da China, impediu ação no Conselho de Segurança da ONU neste ano.
Ontem, houve manifestações em cidades sírias, sob a bandeira "a Rússia está matando nossas crianças". A China emitiu nota afirmando estar interessada em dialogar com as partes envolvidas, o que foi visto como flexibilização de sua posição.
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