Pelo menos oito pessoas morreram e sete ficaram feridas em um ataque com rifles, granadas e foguetes feito por um grupo armado contra a seleção de críquete do Sri Lanka no centro da cidade de Lahore, no leste do Paquistão.
Os mortos são paquistaneses (seis deles policiais), e os feridos são jogadores e o técnico, Paul Farbrace que é britânico. Os feridos foram atingidos por estilhaços.
O astro rebatedor Thilan Samaraweera parece ter sofrido os piores ferimentos do time, com uma lesão na coxa. O outro jogador hospitalizado é Tharanga Paranavithana.
Os agressores atacaram com AK-47s e foguetes e lançaram granadas no ônibus da delegação, que estava chegando ao estádio Gaddafi, em Lahore, para o terceiro dia de um jogo contra o Paquistão.
Mahela Jayawardene, capitão do time, disse que os agressores atiraram primeiro nos pneus e depois no ônibus. "Nós todos mergulhamos no chão para nos proteger", disse. O time foi retirado do local de helicóptero, e a turnê foi cancelada. Os atletas devem seguir de volta para casa.
O ataque durou cerca de 30 minutos, segundo o governo. Havia pelo menos 12 terroristas.
O motorista foi considerado um herói ao conseguir levar o ônibus para um lugar seguro durante o tiroteio. "Eu estava fazendo a curva na direção do estádio próximo a uma rotatória quando eu vi o foguete. Ele errou o alvo e bateu num poste. Depois tudo virou um inferno", disse Mehar Mohammad Khalil.
Outros veículos foram atingidos. O motorista de um outro ônibus que seguia atrás, transportando os árbitros australianos, morreu. O árbitro reserva Ehsan Raza também ficou gravemente ferido, segundo Ejaz Butt, presidente da PCB (federação paquistanesa de críquete). Não está claro se os ferimentos ocorreram por causa de tiros, fragmentos de explosivos ou cacos de vidro.
O críquete tem no Sri Lanka e também no Paquistão praticamente a mesma importância que o futebol tem no Brasil. Os jogadores são tratados como ídolos nacionais.
Ataques com bombas e armas, em geral cometidos por militantes islâmicos ligados ao Taleban ou à Al-Qaeda, se tornaram comuns no Paquistão nos últimos anos, devido ao apoio do governo local aos Estados Unidos.
O incidente desta terça lembra o ataque de novembro a Mumbai (Índia), que deixou cerca de 170 mortos. Aquele incidente levou a seleção indiana de críquete a cancelar uma turnê pelo Paquistão. O time do Sri Lanka aceitou o convite para substituir os indianos.
Sabia-se que ocidentais no Paquistão poderiam ser atacados, mas poucos analistas conseguem estabelecer qualquer razão para um atentado contra o time cingalês de críquete, a não ser passar a mensagem de que ninguém está seguro ao visitar o Paquistão.
A Índia atribuiu o atentado de Mumbai a militantes islâmicos treinados no Paquistão. O incidente provocou uma grave crise diplomática entre os dois vizinhos nucleares, gerando também pressão internacional para que Islamabad reprima grupos islâmicos que no passado contaram com a benevolência dos serviços locais de inteligência.
O grupo acusado pela Índia de realizar o atentado de Mumbai, o Lashkar-e-Taiba, é oriundo da província do Punjab, cuja capital é Lahore.
"Uma coisa que eu quero dizer é que esse é o mesmo padrão, (são) os mesmos terroristas que atacaram Mumbai", disse o governador do Punjab, estado onde fica Lahore, Salman Taseer.
Índia acusada
Mas um ministro paquistanês acusou a Índia pelo ataque.
"As provas que temos mostram que esses terroristas entraram através da fronteira com a Índia", disse Sardar Nabil Ahmed Gabol, ministro da Navegação, a uma TV. "Foi uma conspiração para difamar o Paquistão internacionalmente."
Foi o primeiro atentado grave contra uma seleção esportiva internacional desde que militantes palestinos atacaram atletas israelenses na Olimpíada de Munique, em 1972.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, condenou os ataques, a exemplo do seu colega cingalês, Mahinda Rajapaksa, que decidiu abreviar uma viagem ao Nepal e voltar ao Sri Lanka.
Até esse jogo, o Paquistão passou mais de um ano sem realizar partidas de críquete devido a preocupações com a segurança.
Em 2002, uma bomba explodiu em Karachi enquanto o time da Nova Zelândia se apresentava na cidade. O ataque matou 13 pessoas, sendo 11 especialistas navais franceses.
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