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A investigação judicial sobre o ataque à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, apontou que os principais investigados tentaram atacar a política dias antes, em 27 de agosto, noticiou a imprensa local nesta segunda-feira (12).
A informação procede de um conjunto de mensagens retiradas do celular de Brenda Uliarte, intimada no caso e namorada do principal suspeito, Fernando Sabag Montiel, que no dia 1º de setembro tentou matar a vice-presidente enquanto ela cumprimentava apoiadores fora de casa.
De acordo com fontes judiciais citadas pela imprensa local, a dupla supostamente tentou atacar Cristina em 27 de agosto, durante um protesto contra a instalação de barreiras ao redor da casa da ex-presidente.
Após horas de tensão nas ruas, com distúrbios entre manifestantes e policiais na cidade de Buenos Aires, Cristina Kirchner fez uma aparição pública para agradecer aos apoiadores pelo apoio, pedindo para que deixassem o local.
Foi então que Sabag Montiel tentou supostamente atacar a vice-presidente, de acordo com mensagens que enviou a Uliarte nessa mesma noite.
“Não, não é que ela perceba, a questão é que há uma câmera da C5N, e há poucas pessoas. E as pessoas estão saindo, e esse é o momento, já está tarde, são 12h e ela saiu a essa hora, e era essa hora. Ou seja, o palco era com ela porque ela deve ter sido seguida”, escreveu Sabag Montiel em uma primeira mensagem.
“Não, ela já entrou e o palco foi retirado. Toquei nas costas de Axel Kicillof [governador da província de Buenos Aires] e ele entrou num Toyota Etios e saiu, uma confusão. Ela está lá em cima, mas acho que não vai sair. Deixa, vou para lá, fica aí. Não traga nada”, acrescentou ele em uma segunda comunicação.
Estas revelações coincidem com as imagens publicadas há alguns dias pela imprensa, mostrando um carrinho com algodão doce, supostamente propriedade de Uliarte, nas proximidades da casa de Cristina Kirchner, nos dias 23 e 27 de agosto.
De acordo com informações publicadas pela imprensa local, os investigadores encontraram outras mensagens no telefone de Uliarte, nas quais que o suspeito propunha “gerar fatos, não protestos”, sublinhava a necessidade de “agir” e instava a colocar coquetéis molotov na Casa Rosada, a sede do governo nacional.
Após a detecção destas mensagens, a juíza federal María Eugenia Capuchetti, encarregada da investigação, restabeleceu o sigilo do processo.