Soldados da coalizão liderada pelos Estados Unidos e tropas afegãs mataram cinco militantes suspeitos e detiveram outros quatro durante um ataque a uma "rede terrorista", na província de Kunduz, perto da fronteira do Afeganistão com o Tajiquistão, neste domingo. Em nota oficial, a coalizão disse que um militante foi morto em um primeiro ataque a um acampamento e que os demais morreram depois de reagir com armas de fogo à determinação das tropas de que evacuassem as construções.
No entanto, o prefeito do distrito de Imam Sahib, Abdul Manan, acusou a coalizão de ter atacado a sua casa, matando dois de seus guardas, um cozinheiro, um motorista e outro civil. Manan disse que ficou escondido em um quarto com sua esposa e seus filhos e que não teve contato com as tropas durante o ataque. A coalizão, contudo, afirmou que "não havia mulheres ou crianças nos alvos atacados".
As baixas civis nos ataques da coalizão são uma questão cada vez mais sensível para o presidente afegão, Hamid Karzai, na luta contra os integrantes do Taleban e outra milícias. A morte de pessoas comuns coloca a população contra as tropas estrangeiras, que apoiam o governo de Karzai.
Oficiais dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) argumentam que os milicianos geralmente atuam longe de suas casas e que costumam retratar combatentes mortos como civis justamente para provocar a revolta popular.
O chefe de polícia, Abdul Rahman Akhtash, disse que 300 pessoas protestaram hoje em Imam Sahib contra o ataque da coalização. No ano passado, 2.118 civis morreram na guerra afegã, número 40% maior do que em 2007, segundo as Nações Unidas. A coalizão teria sido responsável pela morte de 829 pessoas, 39% do total.