O Paquistão acusou neste sábado (26) a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de matar 28 soldados do exército paquistanês em postos de checagem no nordeste do país, após ataque ontem à noite conduzido por helicópteros. Em retaliação, o Paquistão fechou a passagem na fronteira Torkham, utilizada para levar suprimentos para as tropas que estão no Afeganistão.

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A Otan disse que investiga o incidente. O comandante norte-americano no Afeganistão e representante da Otan, general John Allen, divulgou hoje nota de pesar pela morte dos membros das forças de segurança do Paquistão. Mas a coalizão não assumiu a responsabilidade pelas mortes, dizendo que o incidente ainda está sendo investigado.

O incidente piora a relação já tensa entre o governo do Paquistão e dos Estados Unidos, aumentando a percepção de que a presença norte-americana na região é malévola e as críticas sobre a relação de cooperação de Islamabad com Washington. Há um ano, helicópteros norte-americanos acidentalmente mataram dois soldados paquistaneses próximo à fronteira com o Afeganistão, após os pilotos confundirem os soldados com insurgentes. O Paquistão fechou então a mesma fronteira por dez dias, até os Estados Unidos pedirem desculpas.

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Em nota enviada à imprensa, o exército do Paquistão acusou a Otan pelos ataques de ontem à noite na região tribal de Mohmand, dizendo que helicópteros "conduziram ataque indiscriminado e sem provocação". Duas autoridades do governo disseram que outras 14 pessoas ficaram feridas. Os helicópteros atacaram dois postos de checagem, um deles duas vezes, e dois oficiais estão entre os mortos, disse um oficial do governo em Mohmad e um oficial de segurança em Peshawar. Ambos não se identificaram porque não estão autorizados a falar com a imprensa.

Oficiais da Otan em Cabul, capital do Afeganistão, disseram no sábado (26) de manhã que estavam cientes do relato e que divulgariam mais informações após reunirem mais fatos sobre o que aconteceu.

Muita da violência no Afeganistão contra os afegãos, a Otan e as tropas norte-americanas é provocada por insurgentes que ficam na fronteira com o Paquistão. As forças de coalizão não podem cruzar a fronteira para atacar os militantes, que algumas vezes utilizam artilharias e foguetes na fronteira.

Oficiais norte-americanos recorrentemente acusam as forças do Paquistão de dar apoio, ou de fazer vistas grossas, a militantes que utilizam o território para ataques na fronteira. O uso da fronteira é a principal fonte de tensão entre Islamabad e Washington, que quer estabilizar o Afeganistão e retirar suas tropas de combate do país até o final de 2014.

A fronteira é disputada em muitas áreas e não está claramente demarcada, aumentando as dificuldades enfrentadas pelos diferentes militares que a controlam. As informações são da Associated Press.

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