Um ataque dos rebeldes colombianos das FARC contra uma instalação de radar na província de Cauca atrasou os voos no sul da nação andina e alguns que seguiam para os vizinhos Equador e Panamá, informou a autoridade de aviação civil no sábado (21).
Os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia lançaram mísseis caseiros e cilindros de gás na instalação, matando um policial que guardava o radar, disseram as autoridades.
O ataque destaca a capacidade das FARC, como é conhecido o grupo financiado pelas drogas, de danificar a infraestrutura econômica e de prejudicar a população civil do país, mesmo depois de uma década de ofensiva financiada pelos Estados Unidos, que enfraqueceu o grupo e matou vários de seus líderes.
O radar, cujo alcance é de 300 km, fornece cobertura não apenas para a aviação civil, mas para a luta contra o narcotráfico no país.
O reparo no radar levará vários meses, disse Santiago Castro, diretor da autoridade de aviação civil.
"A solução para evitar problemas à segurança dos voos é espaçá-los," disse Castro a jornalistas. "Não sabemos se haverá reduções nos voos, mas haverá atrasos."
As FARC são consideradas uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela Europa. A ofensiva militar golpeou duramente as FARC nos últimos anos, e reduziu a produção de cocaína em um dos maiores produtores mundiais da droga.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, conseguiu a aprovação de uma série de reformas para corrigir os erros econômicos estruturais que induzem o apoio às FARC, devolvendo a terra roubada por paramilitares de direita e por rebeldes a lavradores desalojados.
"Quando um grupo como as FARC ataca instalações que causam problemas para a população civil, essa é uma demonstração de sua fraqueza e desespero porque está afetando a população civil que alega ser sua base de apoio", disse Santos no sábado.
Melhorias na segurança atraíram um recorde de investimento estrangeiro à economia colombiana, principalmente para as indústrias de mineração e petróleo. Mesmo assim, os ganhos na segurança mascaram questões profundamente enraizadas como a distribuição desigual de terra, a miséria rural, as gangues criminosas crescentes e as fracas instituições.
Tanto os guerrilheiros das FARC quanto o governo pediram paz, mas Santos diz que os rebeldes marxistas devem primeiro provar que querem a paz e libertar todos os reféns e suspender os ataques. As FARC se recusam a entregar as armas.